TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA AS PROPRIEDADES LEITEIRAS DO MUNICÍPIO DE DOM PEDRITO

Resumo

A produção leiteira no Rio Grande do Sul encontra-se em ascendência, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite do estado cresceu 103,39% contra 56,72% da produção brasileira, entre 2004 e 2014. No mesmo período, a produção gaúcha evoluiu de 2,36 bilhões de litros para 4,80 bilhões de litros, enquanto que a brasileira aumentou de 23,50 bilhões de litros para 36,83 bilhões de litros. Sendo assim, devido ao aumento na produção de leite o RS tornou-se o segundo maior produtor do país, ficando somente atrás de Minas Gerais com 9,54 bilhões de litros. O elo mais frágil da cadeia leiteira gaúcha é o setor de produção, por sua estrutura ser composta em sua grande maioria de pequenos produtores não organizados e distribuídos ao longo do território, sendo que 2/3 deles produzem até 50 litros de leite/dia. E ainda, segundo Medeiros & Brum (2015) as dificuldades enfrentadas na cadeia produtiva do leite vêm crescendo a cada ano que passa, desde as instabilidades dos preços, passando pelo alto custo de produção, até às fraudes descobertas nos últimos anos. Outra peculiaridade do setor de produção diz respeito à redução do número total de produtores, evidenciando que há um processo de exclusão dos mesmos. Nesta perspectiva, o trabalho tem como objetivo geral traçar o perfil das propriedades rurais do município de Dom Pedrito, sob aspectos tecnológicos e de gestão empresarial para, assim, desenvolver ações de transferência de tecnologia para os produtores. Especificamente, objetiva-se: (a) visitas técnicas aos produtores para a apresentação do projeto e posterior levantamento dos dados da propriedade; (b) diagnosticar, desenvolver e acompanhar as ações desenvolvidas nas propriedades; (c) realizar encontros com a realização de cursos e ciclos de palestras afim de capacitar os produtores, técnicos e estudantes de graduação, bem como, explanar os resultados obtidos com o projeto. Metodologicamente as ações foram estruturadas em etapas. Na primeira, realizou-se uma conferência com os produtores e técnicos para explanação do tema e explicação da metodologia a ser desenvolvida; posteriormente, foram feitas visitas individuais as propriedades para o levantamento completo do sistema de produção e problemas existentes. Na terceira etapa, foram propostas algumas medidas tecnológicas e posterior assessoria na aplicação das tecnologias e obtenção dos dados. O instrumento de investigação foram questionários compostos por questões abertas e semiestruturadas, aplicados com o auxílio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), referentes aos dados básicos da unidade de produção familiar (UPF), composição da UPF, aspectos produtivos, manejo da bovinocultura de leite, manejo nutricional e das pastagens, manejo reprodutivo, manejo de cria e recria, manejo sanitário, boas práticas na produção de leite, gerenciamento geral e, renda dos animais e dos seus produtos. Também foi realizado um dos dois eventos previstos no projeto, sendo ele denominado ‘’I Seminário de Bovinocultura de Leite de Dom Pedrito’’, que recebeu mais de 130 pessoas, dentre eles, seu público alvo que são os produtores familiares ligados a produção leiteira, e alunos dos cursos de ciências agrárias. Neste mesmo evento houve palestras e oficinas com o objetivo de levar conhecimento ao público presente, sendo o enfoque principal, a qualidade do leite. Está previsto ainda a realização de cursos nas áreas que mais requererem assistência, além de outros temas ligados a produção de leite. Como resultado esperado, o fomento de ações que atendam a comunidade Pedritense, bem como a consolidação de atividades de extensão na área da bovinocultura de leite visando qualificar os pequenos produtores afim de que os mesmos não só permaneçam na atividade leiteira, mas também venham a produzir de forma mais rentável e sustentável.