Uso de Maquete para o Desenvolvimento da Consciência Ambiental em Estudantes do Ensino Fundamental em São Gabriel-RS.

Letieri da Rosa Freitas, Mirla Andrade Weber, Querina Ramos de Góes, Roberto De Rossi Ferreira, Luan Luongo Gonçalves, Izabela da Silva Mendes, Monique Pimentel Lagemann, Vanessa dos Santos Dias

Resumo


Como consequência da exploração e uso intensivo dos recursos naturais, mudanças climáticas começaram a ocorrer no nosso planeta. Uma maneira de mudar essa situação é através da Educação Ambiental, principalmente, buscando-se começar a construção da consciência ambiental na infância. Segundo Muggler et al. (2006), em geral, as pessoas não percebem que o meio ambiente é resultado do funcionamento integrado de seus vários componentes. As discussões sobre a problemática ambiental raramente conseguem alcançar o plano do ensino escolar, em nível fundamental e médio, fazendo persistir a distância entre universidade e escola de formação básica (PELEGRINI & VLACH, 2011). Muitas vezes, por falta de infraestrutura ou certas limitações, o ensino em sala de aula acaba não sendo atrativo aos alunos. Por isso, deve-se buscar práticas alternativas para o ensino, sendo uma delas o uso de maquetes. A maquete permite a visualização de alguma situação de interesse, mostrando seus benefícios ou riscos, e também estimula o pensamento das crianças já que elas devem imaginar tal situação como real. O objetivo deste trabalho foi despertar a consciência ambiental nos alunos do de duas escolas municipais em São Gabriel-RS através do uso de uma maquete representando uma microbacia na qual mostravam-se práticas sustentáveis e práticas não sustentáveis (que levam à degradação ambiental). A maquete foi elaborada pelos bolsistas do projeto de extensão “Educação Ambiental para Alunos de Sexto e Sétimo Ano de uma Escola Municipal de São Gabriel-RS” vinculado à Universidade Federal do Pampa. O projeto tem duração de um ano e essa foi uma das atividades desenvolvidas. A atividade foi realizada em duas escolas públicas de Ensino Fundamental do município de São Gabriel/RS. Em uma escola a maquete foi apresentada para as turmas do 6° e 7° ano, e em outra para as turmas de 6° ao 8° ano.  Cada turma tinha entre 15 e 20 alunos. A maquete foi desenvolvida no formato de uma microbacia, que foi separada em dois lados: um sustentável e outro degradado. O lado da microbacia sustentável representava um local (cidade e zona rural) – com práticas que não prejudicam o ambiente e acabam proporcionando aos seus moradores uma boa qualidade de vida. O lado da microbacia degradado representava um local com práticas que prejudicam o ambiente e geram o efeito inverso do que foi exposto anteriormente. No lado que representava o local sustentável foram abordados os seguintes assuntos com os alunos: importância e conservação de nascentes e mata ciliar, diversificação de culturas, integração agrosilvipastoril, saneamento básico e tratamento da água, descarte correto de resíduos, uso de energias renováveis e todos os benefícios gerados para o ambiente e para a população desse local. Através da exposição de todos esses benefícios, foi possível começar a conscientização dos alunos. No lado degradado foram apontadas as diferenças com relação ao outro lado, demonstrando todos os pontos negativos que algumas práticas têm sobre o ambiente, como: exploração das matas nativas, monocultura, queimadas, falta do saneamento ambiental, lixões e práticas que levam à degradação do solo e poluição da água; além das consequências para a população. Ao fim do diálogo surgiram novos questionamentos dos alunos e eles comentaram assuntos de seus cotidianos. Através da maquete, conseguiu-se desenvolver vários assuntos que despertaram o interesse e conscientização dos alunos sobre práticas que são benéficas para o ambiente e para população. Percebeu-se que os objetivos propostos foram alcançados, já que os alunos demonstraram estar refletindo sobre os assuntos discutidos. A utilização da maquete como prática alternativa de ensino se mostrou uma maneira participativa e eficiente de despertar a atenção dos alunos. Além disso, é uma boa prática quanto a fixação dos assuntos tratados, já que permite a “visualização” do que é estudado e estimula a imaginação dos alunos.


Palavras-chave


Educação Ambiental; Práticas Alternativas de Ensino; Escola Pública.

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