LEVANTAMENTO DA ANURO E MASTOFAUNA NÃO-VOADORA DE UMA LOCALIDADE ENTRE OS MUNICÍPIOS DE BAGÉ E HULHA NEGRA, RS
Resumo
Tanto os anfíbios anuros quanto os mamíferos da região do bioma Pampa do Rio Grande do Sul são pouco conhecidos e os estudos são escassos. Mesmo abrangendo a maior parte do Rio Grande do Sul e consequentemente abrigando números significativos de anfíbios anuros e mamíferos não-voadores a maioria dos estudos são voltados para a metade norte do estado. Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento das espécies de anfíbios anuros e mamíferos não-voadores de uma área localizada entre os municípios de Bagé e Hulha Negra, na BR 293 no Km 167, e posteriormente a elaboração de um guia virtual para distribuição nas escolas dos municípios. As atividades de campo foram realizadas quinzenalmente, de agosto a novembro de 2015, ao entardecer e contou com participação de três pessoas. Especificamente para os anfíbios foram definidos seis pontos amostrais, todos próximos a ambientes aquáticos, onde com o auxílio de um gravador foram gravadas as vocalizações dos anuros. Ao todo, foram registradas as vocalizações de oito espécies de anfíbios anuros, pertencentes a duas famílias: Família Hylidae, e Família Leptodactylidae. Da primeira, Hylidae, foram identificadas quatro espécies: Hypsiboas pulchellus, Pseudis minuta, Scinax fuscovarius e Dendropsophus sp. Da segunda, Leptodactylidae, foram identificadas outras quatro espécies: Leptodactylus latrans, Leptodactylus latinasus, Physalaemus sp. e Pseudopaludicola falcipes. Para os mamíferos o método utilizado foi o de busca de registros indiretos (fezes, pegadas, restos mortais e odores). Também foram realizadas entrevistas com moradores locais, próximos a área de estudo, com a finalidade de preencher um questionário pré-elaborado. Os questionários foram preenchidos por 12 moradores. Por meio da análise das pegadas, fezes, e rastros foi possível verificar a presença de seis espéciespertencentesa três ordens. Através dos questionários foram registradas 18 espécies de mamíferos sendo, segundo os entrevistados nove espécies comuns do local, e o Veado e Zorrilhoas mais vistas; já seis espécies são pouco avistadas sendo a Lontra, Paca e o Tamanduá, os mais raros. Apesar de apenas quatro pessoas terem registrado incidentes de ataque de animais silvestres aos animais domésticos, os mamíferos ainda sofrem com a caça para alimentação, onde as carnes mais apreciadas são as de: Tatu, Lebre, Paca, Capivara e Javali. Em uma segunda etapa do trabalho, será elaborado um guia virtual das espécies de anfíbios e mamíferos da Campanha Gaúcha, que será distribuído nas escolas dos municípios da região. O conhecimento da diversidade da fauna de anfíbios anuros e mamíferos dos biomas brasileiros ainda é insuficiente, e com o Bioma Pampa não poderia ser diferente. Portanto, este trabalho visa contribuir para o conhecimento das espécies existentes na região, o que poderá fomentar possíveis estudos de conservação no Bioma Pampa no futuro. Durante a elaboração do referencial teórico em busca de informações sobre a mastofauna da região foi possível identificar a escassez destas informações para os campos sulinos, fazendo-se assim necessário mais estudos tanto para a conservação quanto para o conhecimento geral da importância dessas espécies para a região.
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