A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES BOTÂNICAS NO ENSINO DE TAXONOMIA VEGETAL
Resumo
A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES BOTÂNICAS
NO ENSINO DE TAXONOMIA VEGETAL
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Introdução
Para os trabalhos de pesquisa, ensino e extensão em Taxonomia Vegetal, o Herbário promove conhecimento relacionado a diversidade, a classificação, a morfologia e a distribuição geográfica das espécies. Existem herbários nacionais e internacionais com registro da flora mundial em vários países das Américas, da Europa, da Ásia e da África. Grandes herbários europeus como o herbário de Paris (P), guardam plantas da flora brasileira, coletadas viajantes dos séculos XVII, XVIII, XVIIII e XX, que contribuíram também para o conhecimento da flora em diversas partes do mundo. Estas coleções de plantas auxiliam na preservação e manutenção de registros (vouchers) que relacionam os resultados nos mais variados aspectos a uma determinada espécie, ligando-os a uma correta identificação que é dada pelo conjunto de características morfológicas, relacionadas aos fatores ecológicos. O Brasil é um dos países com maior diversidade biológica do mundo, estima-se que a flora brasileira tenha cerca de 50 a 56 mil espécies reconhecidas de plantas com flores. As coleções botânicas, são necessárias para o estudo da biodiversidade, documentando a existência de espécies em um determinado tempo e espaço, registrando elementos da flora em áreas preservadas e áreas perturbadas, sendo indispensáveis em pesquisas taxonômicas e filogenéticas e essenciais na identificação das espécies (BARBOSA e PEIXOTO, 2003). Atualmente no Brasil, existem 114 herbários ativos e mais cinco sem informações atualizadas. Destes, 119 herbários, 73 são registrados no Index Herbariorum, que reúne os dados dos principais herbários do mundo (HOLMGREN ET al. 2002). Os herbários brasileiros reúnem um acervo de pouco mais de 5 milhões de espécies, entre as instituições que detém os grandes herbários com representação nacional destacam-se o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), o Museu Nacional (R), o Instituto de Botânica de São Paulo (SP), o Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM), a Universidade Estadual de São Paulo (SPF), a Universidade Estadual de Campinas (UEC) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN), tanto pelo número de espécies, quanto pela amplitude das suas coleções. Outros herbários possuem grandes acervos predominantemente de espécies oriundos dos ecossistemas nos quais estão inseridos como os herbários da Universidade de Brasília (UNB), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), da Embrapa da Amazônia Oriental (IAN), do Museu Paranaense Emilio Goeldi (MG), do Instituto Anchieta (PACA) e da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (HAS), todos os herbários citados possuem mais de 100.000 espécies nos seus acervos (BARBOSA e PEIXOTO, 2003).
Justificativa
As coleções botânicas reúnem arboretos, orquidários, cactários, jardins botânicos, bancos de germoplasma e DNA, herbários e suas coleções associadas (carpotecas – palinoteca - coleção de madeira) dão importantíssimo suporte ao ensino de botânica, demonstrando na prática o que se tem na exposição teórica sobre o tema.
Objetivos
O presente trabalho tem por objetivo reconhecer a importância das coleções botânicas no ensino de Taxonomia Vegetal.
Metodologia
O Herbário didático NAR do Curso de Ciências Biológicas da Universidade da Região da Campanha, RS, foi criado em 2007 com intuito de preservar doações feitas por pesquisadores que fizeram projetos de pesquisa ou EIA-RIMA na região da Campanha. As exsicatas foram organizadas, listadas, identificadas e armazenadas no Herbário. O material é proveniente de coletas realizadas nas regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul denominadas Depressão Central, Escudo-sul-riograndense, Campanha e Campanha do sudoeste. As exsicatas foram preparadas conforme literatura, depois de prensadas e secas em estufa foi cada uma foi colada em papel cartolina e etiquetada em ordem de família botânica. Todos os exemplares depositados foram numerados sequencialmente e reunidas informações sobre local de coleta, data de coleta, coordenadas geográficas, coletor, determinador e observações. Além do herbário, a instituição também conta com um orquidário recente com espécies de áreas tropicais e subtropicais com intuito de dar suporte às aulas de botânica sistemática e conta de aproximadamente 41 indivíduos distribuídos entre os gêneros Cattleya sp., Cymbidium sp., Dendrobium sp., Oncidium sp.,
Público-alvo
Acadêmicos dos cursos de graduação em Ciências Biológicas e áreas afins, além de acadêmicos do Curso de Pós-graduação em Educação e Gestão Ambiental e áreas afins.
Ações do projeto: Divulgação da flora da região do Bioma Pampa através de aulas práticas e de elaboração de herbários dos componentes curriculares de Botânica III e IV e através de visitas orientadas de Escolas de Ensino Médio, Fundamental e Universidades.
Duração do projeto: Dezembro de 2014 a Dezembro 2020.
Resultados parciais
O estudo da diversidade Biológica é muito importante no que tange a preservação e conservação de ecossistemas. Para os acadêmicos o contato com a necessidade da preservação da sua região através do conhecimento de espécies registradas nos herbários, é importante, tendo em vista que as aulas de campo nem sempre são em época de primavera (floração). O herbário já tem uma coleção com aproximadamente 1.100 exsicatas provenientes de projetos desenvolvidos na região do Sudoeste, Campanha e Escudo-sul-riograndense, oriundos de trabalhos de EIA-RIMA e também de coletas aleatórias nas regiões citadas. As coletas pertencem a região denominada de Bioma Pampa (DEBLE, et al 2011), e as plantas estão identificadas em nível de família botânica, gênero e espécie. Nas aulas práticas de Botânica, mais de 100 alunos das disciplinas de Botânica III (Briófitas e Pteridófitas) e IV (Taxonomia vegetal) já utilizaram a coleção durante aulas práticas destes componentes curriculares dando apoio ao aprendizado sobre secagem, montagem, numeração e identificação de plantas. As coletas botânicas de doações de EIA RIMA no sudoeste da Campanha, possuem um valor inestimável, sendo que a região sofre arenização a mais de 100 anos e a vegetação está em declínio em função das lavouras de soja, arroz e eucalipto.
Conclusão
As coleções são muito importantes para formação de profissionais em identificação de plantas, além de registrarem a flora do Bioma Pampa. A execução do projeto de Ampliação do Herbário NAR, também dá suporte a trabalhos de Iniciação Científica, Extensão e Ensino.
Referencias bibliográficas
BARBOSA, M. R. V. Coleções botânicas brasileiras: situação atual e perspectivas. In: Coleções Biológicas de Apoio ao Inventário, Uso Sustentável e Conservação da Biodiversidade. [org.] PEIXOTO, A. L. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2003.
BARROSO, G.M. O taxonomista e o herbário. In: Coleções Biológicas de Apoio ao Inventário, Uso Sustentável e Conservação da Biodiversidade [org.] PEIXOTO, A. L. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2003.
DEBLE, L., P. A vegetação campestre no Bioma Pampa. In: DEBLE, L.; OLIVEIRA-DEBLE, A. S.; LEÃO, A. L. S. (Org.). O Bioma Pampa: Contribuições científicas. Bagé: Ediurcamp, 2011. 200p.
HOLMGREN, P. K., HOLMPGREN, N. H., BARNETT, L. C. Index Herbariorum. The Herbaria of the World. The New York botanical Garden. New York, 2002.
OLIVEIRA-DEBLE, A. S. Família Cactaceae Juss. no Bioma Pampa: cheklist, distribuição geográfica e status de conservação. In: Deble, L.; Oliveira-Deble; Leão, A. L. S. O Bioma Pampa: contribuições científicas. Ediurcamp: Bagé, 2011, 200p.
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