AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR PROFESSORES DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL
Resumo
Introdução: A utilização de plantas com objetivos medicinais é bastante difundida em todo o mundo e seu processo de utilização como tratamento farmacológico é conhecido atualmente como medicina alternativa. Diversas são as formas farmacêuticas de utilização destas plantas, como chás, cápsulas, emplastos, pomadas e até mesmo no chimarrão, principalmente no sul do RS. Entretanto, seu uso indevido e por tempo prolongado pode acarretar efeitos indesejáveis ou até mesmo tóxicos ao consumidor. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar o conhecimento da utilização de plantas medicinais por professores de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental no município de Bagé-RS. Metodologia: Esta pesquisa descritiva transversal foi realizada em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental no município de Bagé/RS, no mês de julho de 2017, através de questionário padronizado com todos os professores ali atuantes. Todos os entrevistados assinaram e receberam uma cópia do TCLE. A escola foi informada e autorizou a realização da pesquisa. Resultados: Ao total foram entrevistados 52 professores, a maioria do sexo feminino (92,3%) e com faixa etária prevalente entre 46 a 60 anos (59,6%). Apenas 3 professores relataram não utilizar plantas medicinais. Em relação ao número de plantas utilizadas, 49% (n=24) utilizam em média de 3 a 5 espécies diferentes; entretanto, quando questionados à periodicidade de uso, a maioria (40,4%) as utiliza esporadicamente. Ao que se refere ao modo de consumo, o chá foi o mais citado (56,5%), seguido do chimarrão (37,7%). Para avaliar o conhecimento do uso de plantas medicinais, o questionário continha uma pergunta aberta sobre quais fitoterápicos eram utilizados e suas respectivas finalidades. Ao total, foram citadas 46 plantas; a camomila (Chamomilla recutita) foi a mais citada (n=20), seguido da carqueja (Baccharis trimera) com 19 citações, marcela (Achyrocline satureioides) e boldo (Peumus boldus) com 17 citações cada e do aniz (Pimpinella anisum) com 14 citações. De acordo com as respostas obtidas referentes à finalidade do uso da planta medicinal citada, 84,5% das respostas encontram-se de acordo com dados oriundos da literatura, ao passo que apenas 15,5% estavam em desacordo. Este valor aqui encontrado demonstra-se inferior aos demais relatados na literatura, o que pode ser justificado pelo nível de escolaridade da população avaliada. Quanto aos possíveis efeitos colaterais provocados pelas plantas consumidas, 88% dos participantes responderam que acreditam não ter sentido efeito algum, 2% não souberam responder e apenas 10% declararam ter algum tipo de efeito colateral. Conclusão: Através dos dados obtidos verifica-se um vasto uso de plantas medicinais entre os entrevistados, inclusive na variedade das mesmas e um alto nível de conhecimento em relação à indicação terapêutica. O profissional farmacêutico, dentre os demais profissionais da área da saúde, é o mais indicado para o aconselhamento dos consumidores em relação ao uso e preparo de plantas medicinais, pois apresenta em sua formação disciplinas específicas como farmacobotânica e farmacognosia.
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