MORTALIDADE DE CORDEIROS PRODUTOS DE MATRIZES PRIMÍPARAS

Karine Carvalho Castro, Lenir Gonçalves Leite, Márcio André Peres Maciel

Resumo


A mortalidade perinatal ocorre entre a concepção e os 28 dias de vida extra-uterina, que se classifica como morte pré-natal quando o embrião/feto morrem; natimortalidade quando a morte ocorre durante o parto ou poucas horas após; morte pós-natal quando o cordeiro morre no seu primeiro mês de vida. Nos ovinos, a classificação da placenta é sinepteliocorial, em que a circulação sanguínea materna e fetal são separadas, acontecendo o impedimento da passagem de imunoglobulinas da mãe para o feto. Assim, os cordeiros nascem hipo ou agamaglobulinêmicos, tornando indispensável a absorção de quantidades adequadas de imunoglobulinas provenientes do colostro, para obter um bom estabelecimento da imunidade passiva. A importância da limpeza dos cordeiros que ocorre através da lambedura da ovelha é um estímulo para iniciarem os movimentos e as tentativas em levantar-se, previne a hipotermia e provoca uma ligação e reconhecimento materno-filial. O risco de rejeição pela ovelha é maior quando ocorre a interferência do homem durante o parto e após, comuns em casos de distocia, nascimento gemelar, quando a matriz está desnutrida durante a gestação, em ovelhas primíparas e quando há concentração de muitos partos em piquetes maternidade coletivos. Os cordeiros recém-nascidos necessitam ingerir o colostro de qualidade e nos primeiros momentos de vida pós-parto, sendo a habilidade materna um dos fatores mais relevantes para que haja quantidades adequadas de imunoglobulinas absorvidas, para o sucesso da transferência de imunidade passiva. A ovelha ser primípara, além do manejo muito intenso por parte do homem neste período, são fatores que trazem reflexos negativos na sobrevivência do neonato, onde o ambiente em que os animais se encontram para parição deve ser calmo e com o mínimo de intervenção humana possível, porém com o necessário acompanhamento das parições em ovelhas de primeira cria.


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