SEPARAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE COMPONENTES DE PNEUS INSERVÍVEIS

Otavio Barreto Rosso, Evandro Ribeiro Rosso, Gabriel de Souza Bianchi, Arildo Kulmann de Oliveira, Paula Prodócimo

Resumo


As frequentes epidemias de doenças transmitidas por mosquitos trazem à tona preocupações relacionadas ao meio ambiente, em especial os cuidados relativos a eliminação e controle das condições de reprodução dos insetos. Neste contexto, o descarte inapropriado de pneus pode representar um risco ainda maior, uma vez que se caracterizam em um ponto de acúmulo de água parada favorecendo a proliferação do mosquito. Já são bem conhecidas várias formas de aproveitamento de pneus usados como na confecção de objetos ornamentais, na fabricação de composto asfáltico e na construção civil. Assim, realizou-se o presente estudo com os objetivos de analisar as possibilidades de reaproveitamento de componentes de pneus usados associados a diferentes elementos e experimentar diferentes procedimentos para separar os componentes do pneu. Inventado, em 1845, a partir da vulcanização da borracha, o pneu logo passou a substituir rodas de madeira e ferro, usadas em carroças e carruagens. A borracha dos pneus é mais resistente, durável e absorve melhor o impacto, o que tornou o transporte mais confortável e funcional. Atualmente a maior parte dos pneus é feita de 10% de borracha natural, 30% de petróleo e 60% de aço e tecidos, que servem para fortalecer ainda mais a estrutura. O estudo caracterizou-se a partir de pesquisas bibliográficas e experimentos em laboratórios. A amostra foi composta de 1kg de pneu picado em pedaços menores. Em laboratório, o pneu picado foi separado em três porções, cada uma delas submersas em três diferentes solventes (tolueno, querosene e hexano), para verificar qual solvente seria mais eficiente para tornar o material quebradiço. Após dois dias, o material foi submetido a um tratamento no liquidificador industrial e posteriormente os componentes foram separados manualmente para identificação. Durante o experimento, verificou-se que dos três solventes testados, o tolueno foi o que obteve melhor resultado, pois deixou o material mais maleável e quebradiço, facilitando a trituração no liquidificador o trabalho manual. Ao contrário do que pensava-se, e de acordo com estudos bibliográficos, a borracha constitui aproximadamente, 40% do peso total do pneu. Além da borracha, verificaram-se como matéria prima do pneu, o carvão, fibras orgânicas, nylon, poliéster, arames de aço, derivados do petróleo e outros produtos químicos. Foi possível separar através do liquidificador e manualmente o carvão, fibras orgânicas e o poliéster. Este último em grande quantidade. Outras matérias primas do pneu somente são separadas a partir de processos industriais. Por fim, conclui-se que os experimentos reforçaram a ideia de que os pneus usados são excelentes alternativas de reciclagem de materiais, com destaque ao poliéster que é um produto de grande valor e de enorme aplicabilidade prática. Pretende-se, em estudos futuros, testar o poliéster obtido a partir do pneu em associação a outros elementos tais como fibras vegetais e plásticos naturais.

Palavras-chave


pneus inservíveis; separação de componentes; reutilização

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