INVENTÁRIO FAUNÍSTICO DE BORBOLETAS (LEPIDOPTERA: PAPILIONOIDEA E HESPERIOIDEA) EM DOIS AMBIENTES FLORESTAIS NA FLORESTA NACIONAL DE SÃO FRANCISCO DE

Cristiano Agra Iserhard, ARTUR MOLINA, Antonio Luiz Govea Silveira Junior, Thales Castilhos de Freitas, Diniz Lima Ferreira, Renan Silveira Pittella

Resumo


Introdução: Inventários de fauna são importantes ferramentas para se conhecer a biodiversidade, pois geram listagens de espécies que posteriormente podem ser usadas para monitorar e analisar possíveis mudanças ao longo do tempo, o que hoje em dia é muito importante devido ao desaparecimento crescente de diversos grupos taxonômicos graças às mudanças nos habitats causadas pelo homem. As borboletas pertencem a ordem Lepidoptera, dividindo-se em seis famílias: Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae. Os lepidópteros são bastante diversificados, relativamente fáceis de amostrar e identificar, presentes ao longo do ano e respondem de forma rápida a distúrbios ou alterações no ambiente, caracterizando-se por ser um grupo interessante para estudos de qualidade ambiental. A principal ameaça a este grupo tem sido a perda dos seus hábitats naturais, por essa razão a manutenção de áreas bem preservadas que sirvam como refúgios para as espécies é fundamental para a conservação do grupo. No estado do Rio Grande do Sul, as poucas áreas de floresta primária foram alteradas, em geral substituídas por monoculturas, como a silvicultura de Pinus sp., que diminui a biodiversidade, impedindo a recuperação e diversificação da fauna pela homogeneidade de suas florestas. Objetivo: O objetivo do trabalho foi comparar a assembleia de borboletas de fragmentos de Floresta Ombrófila Mista (FOM) e de floresta plantada de Pinus sp. na FLONA de São Francisco de Paula, levando em conta sua composição, riqueza, abundância e diversidade. Metodologia: As coletas foram realizadas entre os dias 27 e 28 de abril de 2018, na FLONA de São Francisco de Paula, RS. A amostragem foi realizada por cinco pessoas em oito pontos, quatro em fragmentos de Pinus sp. e quatro em FOM. Em cada ponto, foram realizadas coletas no período de 1 hora, totalizando um esforço amostral de 40h-rede, utilizando rede entomológicas individuais (puça). Para identificação das borboletas utilizou-se o livro Mariposas de Misiones. Os dados de campo foram tabelados em Excel. Para as análises estatísticas foram utilizados os programanas PAST v.3.20 e iNEXT Online. Resultados: Foram amostrados 197 indivíduos de borboletas, com riqueza de 50 espécies, distribuídas em 5 famílias, sendo 73% em Nymphalidae,11% em Hesperiidae, 10% em Lycaenidae, 3,5% em Pieridae e 1,5% em Riodinidae. Papillionidae foi a única família não amostrada. Os ambientes de FOM apresentaram maior número de espécies exclusivas (n=24) do que mata de pinus (n=14), porém o teste estatístico não mostrou diferença significativa entre os ambientes (p= 0,1131). Conclusão: A composição parecida de borboletas nos ambientes estudados pode ser pela presença de fragmentos de mata nativa nas florestas de pinus, mostrando que a sucessão florestal está avançando sobre a floresta de pinus, e também pela presença de clareiras causadas por distúrbios (principalmente queda de árvores), desenvolvendo assim plantas pioneiras nativas, formando núcleos dessa vegetação, configurando uma maior heterogeneidade no habitat e favorecendo a composição de borboletas.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.