INVENTÁRIO FAUNÍSTICO DE BORBOLETAS (LEPIDOPTERA: PAPILIONOIDEA E HESPERIOIDEA) EM DOIS AMBIENTES FLORESTAIS NA FLORESTA NACIONAL DE SÃO FRANCISCO DE
Resumo
Introdução: Inventários de fauna são importantes ferramentas para se conhecer a biodiversidade, pois geram listagens de espécies que posteriormente podem ser usadas para monitorar e analisar possíveis mudanças ao longo do tempo, o que hoje em dia é muito importante devido ao desaparecimento crescente de diversos grupos taxonômicos graças às mudanças nos habitats causadas pelo homem. As borboletas pertencem a ordem Lepidoptera, dividindo-se em seis famílias: Hesperiidae, Papilionidae, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae. Os lepidópteros são bastante diversificados, relativamente fáceis de amostrar e identificar, presentes ao longo do ano e respondem de forma rápida a distúrbios ou alterações no ambiente, caracterizando-se por ser um grupo interessante para estudos de qualidade ambiental. A principal ameaça a este grupo tem sido a perda dos seus hábitats naturais, por essa razão a manutenção de áreas bem preservadas que sirvam como refúgios para as espécies é fundamental para a conservação do grupo. No estado do Rio Grande do Sul, as poucas áreas de floresta primária foram alteradas, em geral substituídas por monoculturas, como a silvicultura de Pinus sp., que diminui a biodiversidade, impedindo a recuperação e diversificação da fauna pela homogeneidade de suas florestas. Objetivo: O objetivo do trabalho foi comparar a assembleia de borboletas de fragmentos de Floresta Ombrófila Mista (FOM) e de floresta plantada de Pinus sp. na FLONA de São Francisco de Paula, levando em conta sua composição, riqueza, abundância e diversidade. Metodologia: As coletas foram realizadas entre os dias 27 e 28 de abril de 2018, na FLONA de São Francisco de Paula, RS. A amostragem foi realizada por cinco pessoas em oito pontos, quatro em fragmentos de Pinus sp. e quatro em FOM. Em cada ponto, foram realizadas coletas no período de 1 hora, totalizando um esforço amostral de 40h-rede, utilizando rede entomológicas individuais (puça). Para identificação das borboletas utilizou-se o livro Mariposas de Misiones. Os dados de campo foram tabelados em Excel. Para as análises estatísticas foram utilizados os programanas PAST v.3.20 e iNEXT Online. Resultados: Foram amostrados 197 indivíduos de borboletas, com riqueza de 50 espécies, distribuídas em 5 famílias, sendo 73% em Nymphalidae,11% em Hesperiidae, 10% em Lycaenidae, 3,5% em Pieridae e 1,5% em Riodinidae. Papillionidae foi a única família não amostrada. Os ambientes de FOM apresentaram maior número de espécies exclusivas (n=24) do que mata de pinus (n=14), porém o teste estatístico não mostrou diferença significativa entre os ambientes (p= 0,1131). Conclusão: A composição parecida de borboletas nos ambientes estudados pode ser pela presença de fragmentos de mata nativa nas florestas de pinus, mostrando que a sucessão florestal está avançando sobre a floresta de pinus, e também pela presença de clareiras causadas por distúrbios (principalmente queda de árvores), desenvolvendo assim plantas pioneiras nativas, formando núcleos dessa vegetação, configurando uma maior heterogeneidade no habitat e favorecendo a composição de borboletas.
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