AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA ALIMENTAR DE PRODUTOS ORGÂNICOS DA POPULAÇÃO DE BAGÉ
Resumo
A cada dia os alimentos orgânicos ganham espaço no prato dos brasileiros pelas vantagens na saúde que eles proporcionam, exatamente por serem cultivados à base de práticas ecológicas, sem o uso de agrotóxicos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) – a plataforma não está totalmente atualizada – há 855 iniciativas, ou seja, feiras com produtos orgânicos no País. O valor diferenciado e as restrições de mercado não impendem o crescimento da cadeia nacional de gêneros orgânicos. A projeção do Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS) é um faturamento de R$ 4 bilhões no Brasil em 2018 e a continuidade do crescimento de 25% ao ano registrado desde 2015. A mesma pesquisa da Organis revelou que o preço dos gêneros orgânicos é o principal entrave para o incremento das vendas. O objetivo da pesquisa foi avaliar os hábitos e as preferências alimentares de produtos orgânicos da população de Bagé. O trabalho foi realizado no primeiro semestre de 2018, no comércio da cidade de Bagé/RS, e atingiu os mais diversos públicos em supermercados, feiras livres, estabelecimentos localizadas em alguns bairros e no centro da cidade. Foi realizada uma pesquisa de campo, composta por um questionário com dez questões que abordavam assuntos como o conhecimento, consumo e frequência de alimentos orgânicos; distinção notória ou não do sabor dos orgânicos quando comparados com alimentos convencionais; facilidade de encontrar e comprar produtos orgânicos; quais os benefícios que o consumo destes alimentos podem trazer para saúde e a preferência alimentar entre frutas ou hortaliças orgânicas, visando, por último, questionar se os pesquisados acrescentariam, após a apresentação do cenário de produção, produtos orgânicos em sua dieta alimentar. Ao todo, 25 pessoas participaram da pesquisa. Com relação ao conhecimento e consumo de produtos orgânicos, 84% dos entrevistados constam saber o que é um produto orgânico, enquanto 68% os consomem. Esse consumo, varia em média de uma até quatro vezes por semana, e é atribuído por 40% do público alvo, enquanto que 32% diz não consumir orgânicos em nenhum dia da semana. A partir disso, ao serem questionados sobre a propensão entre hortaliças e frutas orgânicas, a prioridade alimentar foi voltada em 56% para o consumo de ambas, enquanto na individualidade de cada, houve uma equiparação. Quanto à diferença de sabor entre produtos de origem orgânica e convencional, 48% dos entrevistados dizem não notá-la, sentindo a mesma palatabilidade, e apenas 12% constam não perceber benefícios para a saúde ao consumi-los. Relacionado à oferta e procura, 48% dos pesquisados ainda veem dificuldades para encontrar produtos orgânicos na cidade de Bagé, enquanto os outros 52% os obtém com mais facilidade, sendo essa enfatizada pela presença de feiras livres, que representam, para 56% dos analisados, o local próprio para a compra dos mesmos. Ainda assim, 64% dos pesquisados acreditam que o preço de aquisição desses alimentos é elevado, o que pode dificultar e distorcer a preferência de consumo. A partir desse levantamento, 92% dos entrevistados, ainda que vejam no valor e no local de encontro dos produtos um possível empecilho na hora da compra, relatam que vão inserir gradativamente em seu dia a dia, a alimentação à base de orgânicos.
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