AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA ALIMENTAR DE PRODUTOS ORGÂNICOS DA POPULAÇÃO DE BAGÉ

ANA CLÁUDIA KALIL HUBER, LEANDRA DO COUTO GARCIA, CLARISSA DE LIMA BARCELOS, LILIAN ARANDA PERES, TAINÁ ALVES DA ROSA

Resumo


A cada dia os alimentos orgânicos ganham espaço no prato dos brasileiros pelas vantagens na saúde que eles proporcionam, exatamente por serem cultivados à base de práticas ecológicas, sem o uso de agrotóxicos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) – a plataforma não está totalmente atualizada – há 855 iniciativas, ou seja, feiras com produtos orgânicos no País. O valor diferenciado e as restrições de mercado não impendem o crescimento da cadeia nacional de gêneros orgânicos. A projeção do Conselho Nacional da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS) é um faturamento de R$ 4 bilhões no Brasil em 2018 e a continuidade do crescimento de 25% ao ano registrado desde 2015. A mesma pesquisa da Organis revelou que o preço dos gêneros orgânicos é o principal entrave para o incremento das vendas. O objetivo da pesquisa foi avaliar os hábitos e as preferências alimentares de produtos orgânicos da população de Bagé. O trabalho foi realizado no primeiro semestre de 2018, no comércio da cidade de Bagé/RS, e atingiu os mais diversos públicos em supermercados, feiras livres, estabelecimentos localizadas em alguns bairros e no centro da cidade. Foi realizada uma pesquisa de campo, composta por um questionário com dez questões que abordavam assuntos como o conhecimento, consumo e frequência de alimentos orgânicos; distinção notória ou não do sabor dos orgânicos quando comparados com alimentos convencionais; facilidade de encontrar e comprar produtos orgânicos; quais os benefícios que o consumo destes alimentos podem trazer para saúde e a preferência alimentar entre frutas ou hortaliças orgânicas, visando, por último, questionar se os pesquisados acrescentariam, após a apresentação do cenário de produção, produtos orgânicos em sua dieta alimentar. Ao todo, 25 pessoas participaram da pesquisa. Com relação ao conhecimento e consumo de produtos orgânicos, 84% dos entrevistados constam saber o que é um produto orgânico, enquanto 68% os consomem. Esse consumo, varia em média de uma até quatro vezes por semana, e é atribuído por 40% do público alvo, enquanto que 32% diz não consumir orgânicos em nenhum dia da semana. A partir disso, ao serem questionados sobre a propensão entre hortaliças e frutas orgânicas, a prioridade alimentar foi voltada em 56% para o consumo de ambas, enquanto na individualidade de cada, houve uma equiparação. Quanto à diferença de sabor entre produtos de origem orgânica e convencional, 48% dos entrevistados dizem não notá-la, sentindo a mesma palatabilidade, e apenas 12% constam não perceber benefícios para a saúde ao consumi-los. Relacionado à oferta e procura, 48% dos pesquisados ainda veem dificuldades para encontrar produtos orgânicos na cidade de Bagé, enquanto os outros 52% os obtém com mais facilidade, sendo essa enfatizada pela presença de feiras livres, que representam, para 56% dos analisados, o local próprio para a compra dos mesmos. Ainda assim, 64% dos pesquisados acreditam que o preço de aquisição desses alimentos é elevado, o que pode dificultar e distorcer a preferência de consumo. A partir desse levantamento, 92% dos entrevistados, ainda que vejam no valor e no local de encontro dos produtos um possível empecilho na hora da compra, relatam que vão inserir gradativamente em seu dia a dia, a alimentação à base de orgânicos.

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