Síndrome de Haw - Relato de 3 Casos

MAURICIO MACHADO CARLLOSSO, Karoline Wagner Leal, Gabriela Trindade Sabino, Martina Dorneles Nunes, Luis Felipe Dutra Corrêa, João Pedro Scussel Feranti

Resumo


Dentre as afecções mais comuns da terceira pálpebra em felinos, destaca-se a sua protrusão. A profusão da terceira pálpebra em felinos pode ser um reflexo da enoftalmia, afecções da órbita, sedação, debilidade geral, efeito mecânico de adesões conjuntivais, disautonomia felina, síndrome de Horner e síndrome de Haw. A Sindrome de Haw é uma profusão bilateral aguda da terceira pálpebra que pode ser observada em felinos e pode ser acompanhada ou não por doença gastrointestinal ou parasitária. De causa desconhecida, acredita-se que possa decorrer de uma neuropatia simpática, de uma ganglionite simpática cervical anterior, de hipersensibilidade do sítio receptor pós-ganglionar ou ainda, estar associada a infecções virais. Para manter a terceira pálpebra em sua posição anatômica (canto medial do olho), a inervação autossômica simpática precisa estar intacta, caso seja interrompida, o tônus muscular liso da terceira pálpebra do olho desenervado torna-se diminuído ou ausente, gerando sua protrusão. A presença de peristaltismo intestinal aumentado sugere que a disfunção simpática possa ser generalizada. Acredita-se que somente os gatos sejam acometidos, a despeito de relatos em cães da raça Golden Retriever,  já terem sido publicados. A síndrome que afeta gatos com idade inferior a três anos não exibe predileção por sexo ou raça. O diagnóstico é obtido mediante instilação de agente simpaticomimético. O fato de estes casos idiopáticos responderem temporariamente à administração tópica de agentes adrenérgicos sugere algum tipo de alteração da inervação simpática similar à síndrome de Horner. A condição é autolimitante e o tratamento é indicado apenas quando a profusão implica em déficit visual. A medicação de escolha é epinefrina 1 ou 2% pode ser instilada até quatro vezes ao dia, para a manutenção da membrana em sua posição normal, durante quatro a oito semanas. Foram encaminhados ao Serviço de Oftalmologia Veterinária do Hospital Veterinário de Uruguaianaia três felinos, dois felinos sem raça definida (macho e fêmea) e um siamês (macho), os animais tinham idade entre dois  a quatro anos. Os três animais apresentavam a protrusão da terceira pálpebra com diâmetro pupilar normal. Os proprietários não referiam nenhum problema concomitantemente. Um dos proprietários salientou que o animal tinha episódios de diarreia há uma semana. Os animais estavam visuais. Ao exame oftálmico não apresentavam nenhum sinal clinico de doença ocular como uveíte, ceratite e etc. a instilação de colírio de fenilefrina 10% no olho esquerdo os animais em tempo médio de vinte minutos retornaram a terceira pálpebra para o canto nasal. Por se tratar de um problema isolado, sem repercussões não visão, não foi prescrito nenhuma terapêutica somente revisões durante sessenta dias, quanto à membrana nictitante, retornou, em media, para sua posição normal.


Palavras-chave


gato, terceira pálpebra, síndrome de Haw

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