Síndrome de Haw - Relato de 3 Casos
Resumo
Dentre as afecções mais comuns da terceira pálpebra em felinos, destaca-se a sua protrusão. A profusão da terceira pálpebra em felinos pode ser um reflexo da enoftalmia, afecções da órbita, sedação, debilidade geral, efeito mecânico de adesões conjuntivais, disautonomia felina, síndrome de Horner e síndrome de Haw. A Sindrome de Haw é uma profusão bilateral aguda da terceira pálpebra que pode ser observada em felinos e pode ser acompanhada ou não por doença gastrointestinal ou parasitária. De causa desconhecida, acredita-se que possa decorrer de uma neuropatia simpática, de uma ganglionite simpática cervical anterior, de hipersensibilidade do sítio receptor pós-ganglionar ou ainda, estar associada a infecções virais. Para manter a terceira pálpebra em sua posição anatômica (canto medial do olho), a inervação autossômica simpática precisa estar intacta, caso seja interrompida, o tônus muscular liso da terceira pálpebra do olho desenervado torna-se diminuído ou ausente, gerando sua protrusão. A presença de peristaltismo intestinal aumentado sugere que a disfunção simpática possa ser generalizada. Acredita-se que somente os gatos sejam acometidos, a despeito de relatos em cães da raça Golden Retriever, já terem sido publicados. A síndrome que afeta gatos com idade inferior a três anos não exibe predileção por sexo ou raça. O diagnóstico é obtido mediante instilação de agente simpaticomimético. O fato de estes casos idiopáticos responderem temporariamente à administração tópica de agentes adrenérgicos sugere algum tipo de alteração da inervação simpática similar à síndrome de Horner. A condição é autolimitante e o tratamento é indicado apenas quando a profusão implica em déficit visual. A medicação de escolha é epinefrina 1 ou 2% pode ser instilada até quatro vezes ao dia, para a manutenção da membrana em sua posição normal, durante quatro a oito semanas. Foram encaminhados ao Serviço de Oftalmologia Veterinária do Hospital Veterinário de Uruguaianaia três felinos, dois felinos sem raça definida (macho e fêmea) e um siamês (macho), os animais tinham idade entre dois a quatro anos. Os três animais apresentavam a protrusão da terceira pálpebra com diâmetro pupilar normal. Os proprietários não referiam nenhum problema concomitantemente. Um dos proprietários salientou que o animal tinha episódios de diarreia há uma semana. Os animais estavam visuais. Ao exame oftálmico não apresentavam nenhum sinal clinico de doença ocular como uveíte, ceratite e etc. a instilação de colírio de fenilefrina 10% no olho esquerdo os animais em tempo médio de vinte minutos retornaram a terceira pálpebra para o canto nasal. Por se tratar de um problema isolado, sem repercussões não visão, não foi prescrito nenhuma terapêutica somente revisões durante sessenta dias, quanto à membrana nictitante, retornou, em media, para sua posição normal.
Palavras-chave
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