VUNERABILIDADE FEMININA: REPRESENTAÇÕES E SENTIMENTOS DAS MULHERES ACOLHIDAS NA CASA ABRIGO
Resumo
Os transtornos psicossociais sofridos por mulheres protegidas pela Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, atualmente é considerado um fator preocupante, porque além da própria mulher, também tem seus dependentes menores que estão vulnerabilizados, vindo alterar seu desenvolvimento e a dificuldade de inserção na sociedade. A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar os transtornos psicossociais sofridos por mulheres protegidas pela Lei Maria da Penha em Bagé-RS e como objetivos específicos contextualizar a Lei Maria da Penha através da literatura científica; caracterizar as mulheres em condição de vulnerabilidade que são protegidas pela Lei; identificar os tipos de violências sofridas por estas mulheres em estado de vulnerabilidade e analisar o perfil das vítimas. Na metodologia a pesquisa se caracteriza por trabalhar com método dialético, tendo com tipicidade o caráter descritivo e explicativo, a abordagem do problema é qualitativa, cujos procedimentos técnicos foram de caráter social, levantamento e documental. Os dados foram coletados através de documentos fornecidos pela Instituição, como a ficha de triagem, termo de compromisso e termo de desligamento, nestes encontram-se dados extremamente importantes para a presente pesquisa. Nos dados coletados podemos observar que, ainda, é assustador o número de mulheres vítimas de violência doméstica que encontram-se em estado de vulnerabilidade. A Lei Maria da Penha ajudou e encorajou as mulheres a denunciarem o agressor, através dos órgãos competentes, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar. A Casa Abrigo de Bagé é uma ferramenta fundamental e necessária, onde as vítimas podem ficarem abrigadas, juntamente com seus dependentes menores, até noventa dias, com o auxílio de assistência psicológica, jurídica e social. Nos dados conclusivos constatou-se as características das vítimas durante o relacionamento foi em tempos variáveis, não importando o tempo que estavam com seus companheiros, se já estavam no seu segundo casamento ou possuíam filhos, e mesmo assim, as agressões ocorreram. Os tipos de agressões foram moralmente, fisicamente e psicologicamente, classificados como xingamentos, empurrões, beliscões, tapas, soco e chute, sendo resultado das gravidades das lesões, olho roxo, braço quebrado, cortes nas mãos, braços e costas. As agressões, na maioria das vezes, ocorreram porque os agressores são usuários de drogas e álcool. Entretanto, as vítimas tiveram alteração de comportamento, como por exemplo, baixa autoestima, choro frequente, desconfiança, medo de ficar sozinha ou em companhia de certas pessoas. Quando se separaram tiveram dificuldade em se relacionarem com outros homens e acabavam voltando aos seus companheiros agressores, por mais que soubessem que as agressões pudessem ocorrer novamente, tinham a expectativa que o agressor poderia mudar de atitude e comportamento.
Palavras-chave
Lei Maria da Penha, Mulheres, Proteção
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