CLOSTRIDIOSE EM EQUINO: RELATO DE CASO
Resumo
Clostrídios são bactérias Gram-positivas, formadores de esporos, normalmente móveis e anaeróbios. As espécies patogênicas produzem uma ou mais exotoxinas, o que responde por sua patogenicidade. As doenças causadas permitem dividir os Clostridium sp patogênicos em dois grupos: não invasivos cuja patogenia ocorre pelas suas exotoxinas, e invasores do organismo que tem sua patogenia decorrente a toxinas e sua ação direta nos tecidos. O principal clostrídio em infecções de feridas de animais de fazenda é o C. septicum. Pode causar claudicação grave, podendo ser observados aumento de volumes musculares dolorosos e pode se sentir crepitação. A pele sobrejacente pode apresentar-se quente e descorada mas pode tornar-se fria ao toque e insensível. Sinais gerais, tais como anorexia, intoxicação e febre alta, bem como lesões locais, se desenvolvem em poucas horas e em poucos dias. Essas lesões são inchaços moles depressíveis e se estendem rapidamente devido a formação de grande quantidade de exsudato, que se infiltra no tecido conjuntivo subcutâneo e intramuscular das áreas afetadas. A musculatura nessas regiões fica marrom-escura a preta. Um equino Quarto de Milha, macho, de 8 anos de idade, deu entrada em um Clínica Veterinária no Rio de Janeiro com suspeita de síndrome cólica. Foi relatada a aplicação de Ivermectina 1% IM. Na anamnese, o conjunto dos sinais clínicos, levou a suspeita de contaminação por Clostridium spp como sendo a origem da enfermidade. O mesmo apresentava dor abdominal adotando posição antiálgica, edema na região ventral e lateral do pescoço, região ventral do tórax e do abdômen. Áreas crepitantes no flanco esquerdo, urina escura, fezes com presença de muco e endoparasitas. Frequência cardíaca de 72 bpm, respiratória 16 mpm, mucosa pálida, temperatura corpórea 37,5°C. No exame laboratorial foi verificado o hematócrito 53%, proteínas plasmáticas totais 7,9 g/l. Realizou-se paracentese para avaliação do líquido peritoneal e logo após, foi inserida uma cânula pela qual se obteve um liquido escuro sero-sanguinolento no volume de 3 litros, sintomas característicos de clostridiose, sendo enviado material para exame microbiológico. Direcionando o diagnóstico para uma provável infecção e descartando a possibilidade de cólica, optou-se pelo tratamento com fluidoterapia intensa e Penicilina na concentração 20.000 UI, 20 ml, IV, QID, durante quatro dias, até o óbito. Após o início do tratamento com a Penicilina, fluídoterapia e drenagem do líquido da cavidade abdominal, observou-se o aumento das áreas edemaciadas e redução da sensibilidade dolorosa.O resultado do exame microbiológico confirmou a presença de Clostrdium sp. O cavalo apresentava-se apático e ingeria pouca quantidade de feno de alfafa e aveia. Viu-se melhora na coloração da urina e diminuição do hematócrito devido a fluidoterapia. A antibioticoterapia foi escolhida com base na sensibilidade do Clostridium spp conforme citado na literatura tendo respondido com amenização dos sintomas nos primeiros dias, mas devido ao estágio adiantado da enfermidade não se teve a resposta desejada e o animal entrou em choque no quarto dia e veio a óbito.
Palavras-chave: Equino, clostrídio, enfermidade
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