Importância do diagnostico do Vírus Artrite Encefalite Caprina para o controle nos rebanhos.

CAROLINE BETTIN, Andressa Raddatz, Luisa Quadros, Luciane Sune

Resumo


O objetivo deste trabalho foi alertar sobre a importância do diagnostico do Vírus Artrite Encefalite Caprina para o controle nos rebanhos, para tanto, realizou-se uma revisão sobre o tema.O vírus da Artrite Encefalite Caprina é o agente causal de uma doença progressiva e debilitante em caprinos, É uma enfermidade multisistêmica crônica provocada pelo Retrovírus tipo C da subfamília Lentiviridae. O vírus infecta as células das linhagens monócito-macrofágicas com localização em macrófagos do líquido sinovial, pulmões, sistema nervoso central e glândula mamária. Grandes quantidades de anticorpos neutralizadores não relacionados aos vírus são produzidos pelos linfócitos associados a macrófagos infectados pelo vírus. Estes grandes complexos imunes são supostamente a base para as alterações inflamatórias crônicas observadas nos tecidos associados. Estas células estão presentes no colostro ou leite durante a lactação ou no sangue, a transmissão venérea e iatrogênica também foram descritas. Estudos demonstram que a replicação viral é dependente do nível de maturação ou diferenciação da célula monocítica, influenciando na sensibilidade de detecção do vírus. A doença apresenta uma evolução lenta e sinais clínicos variados, podendo manifestar-se na forma artrítica geralmente em animais acima de um ano de idade, na forma neurológica observada mais em animais jovens, na forma pulmonar provoca pneumonia intersticial e na forma mamaria causa mastite e consequentemente uma queda na produção de leite. O vírus Artrite Encefalite Caprina encontra-se mundialmente distribuído, apresentando alta prevalência na caprinicultura leiteira, no qual o regime de criação intensiva e a proximidade dos animais favorecem a disseminação da doença. A introdução da doença na America do Sul ocorreu provavelmente através das importações de animais de raças leiteira, provenientes de rebanhos europeus e americanos. No Brasil, sua presença foi constatada inicialmente no Rio Grande do Sul. No Ceará, o primeiro registro dessa infecção ocorreu em animais de raças leiteiras no município de Sobral. Em levantamento realizado em rebanhos leiteiros na região metropolitana de Fortaleza - RMF (CE) verificou-sesoroprevalência de 40,7% de animais positivos.Não há predileção por raça e sexo, mas a suscetibilidade pode aumentar com a idade, pois os riscos de ocorrer a transmissão vertical também aumenta. Nenhuma alteração no hemograma ou bioquímica sérica é observada nos casos de Artrite Encefálica Caprina, embora em alguns casos observa-se anemia moderada. O diagnóstico se baseia em testes sorológicos como imunodifusão em Agar gel e ELISA, porem a especificidade e sensibilidade destes testes ainda não estão bem definidas. A reação em cadeia de polimerase (PCR) pode detectar proteínas virais em amostras de sangue, leite e tecidos podendo diagnosticar precocemente a infecção. Não há tratamento especifico para doença. Os animais que apresenta a sintomatologia são descartados ou sacrificados devido a claudicação, decúbito, perda de peso e queda na produção. Desta forma, salienta-se a importância da prevenção da doença que é baseada na diminuição dos riscos de infecção pelo vírus, através de testes sorológicos periódicos e a eliminação dos animais soropositivos do rebanho. Cabritos com mães infectadas devem ser separados logo após o nascimento e esses deverão ser alimentados com colostro e leite pasteurizado.

Palavras chaves: sinais clínicos, lentivírus,  diagnóstico.


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