ISOLAMENTO DE FUNGOS DE PELE DE EQUINOS COM E SEM LESÕES CLÍNICAS

ALEXANDRE MEDEIROS DE OLIVEIRA, MARGARETE ALVES FRANCO DA FONSECA

Resumo


Os fungos constituem importante causa de doenças de pele em  equinos. e muitas destas dermatofitoses, são zoonoses importantes.. Os esporos podem viver sobre a pele sem causar lesões, e este tipo de “animais portadores” pode agir como importante fonte de infecção. O estudo foi realizado no Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) e no Laboratório de Microbiologia do Campus Rural,  coletando-se amostras de trinta equinos,  13 com e 17 sem lesão cutânea, de distintas raças, machos e fêmeas, de distintas idades, em épocas (estações climáticas) diferentes do ano.  Os  objetivo foram diagnosticar a flora fúngica cutânea de animais sadios e com lesão clínica, além de ampliar os conhecimentos técnicos na área de micologia em nossa região e demonstrar a importância de um diagnóstico clínico associado ao laboratorial. Após a avaliação clínica as amostras foram coletadas por raspado das bordas das lesões, com lâmina de bisturi esterilizada, ou crostas e pêlos dos equinos sadios, acondicionadas em placa de Petry. Após, realizamos o exame direto com  hidróxido de potássio a 15% e o diagnóstico laboratorial com semeadura em Agar Saboraud Dextrose a 4% com isolamento e caracterização macroscópicas e microscópicas das colônias, após 10 dias de cultivo em temperatura ambiente. O estudo macroscópico consistiu na avaliação de consistência, coloração, textura e tempo de crescimento. Foram isolados de pele sadia os fungos Alternaria spp, Aspergillus spp. Cladosporium spp, Epidermophyton spp, Fusarium spp, Geotrichium spp, Mucor spp, Rhizopus spp, Scopulariopsis spp , porém em flora polimicrobina, com colônias diversificadas. Estes microorganismos também apareceram em menor quantidade de colônias em animais com lesão. O fungo Trichophyton equinum foi isolado em 53% dos equinos sem lesão e foi predominante em 76% dos equinos com lesão clínica, caracterizado pelas colônias planas, de aspecto filamentoso e algodonoso, verso com micélio filamentoso coloração branca e reverso com pigmento amarelo alaranjado, tornando-se avermelhado. Com o envelhecimento colonial adquiriram coloração vermelho amarronzada. Microscopicamente observou-se hifas septadas, numerosos microconídeos agrupados em cachos e escassos macroconídeos. As lesões clínicas observadas inicialmente assemelhavam-se à urticária, progredindo para a formação de crostas e a alopecia, sendo normalmente observadas em áreas de abrasão, principalmente no lombo, na garupa e na cabeça. Conclui-se que o conhecimento da flora normal e patogênica da pele dos equinos contribui para a correta interpretação  dos resultados laboratoriais e observa-se que sua associação com  o diagnóstico clínico  é imprescindível para  um diagnóstico definitivo das dermatomicoses.

Palavras-chave


Fungos; pele; equinos

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