Gastrotomia Para Retirada De Corpo Estranho Do Estomago De Um Cão: Relato De Caso

Resumo

Os corpos estranhos são uma das causas mais frequentes na clínica e cirurgia de pequenos animais. Geralmente, os cães são os mais afetados. Após a deglutição do corpo estranho, este irá progredir no trato gastrintestinal até que o seu tamanho ou formato impeça a sua progressão, produzindo distintas obstruções. Os sinais clínicos são dependentes da região obstruída. No caso de corpos estranhos na cavidade oral os sintomas vão desde halitose, disfagia e hipersiália. Já nos casos de obstrução esofágica, que estão muitas vezes associados a ingestão de brinquedos, ossos ou seus fragmentos, os sinais vão desde disfagia, regurgitação, vómito, hipersiália, anorexia e taquipneia. Nos casos de corpos estranhos gástricos, o animal poderá apresentar vómito agudo. Neste trabalho é apresentado um caso de retirada de um corpo estranho do estomago de uma cadela, pela ingestão de um brinquedo de borracha. O animal da espécie canina, raça Pug, com idade de 1,5 anos, pesando 6,5 kg, com história clínica de vômitos recorrentes de conteúdo não digerido e oliguria. Ao exame físico foi observada a presença de material firme em região gástrica, durante a palpação abdominal. Com base na anamnese e no exame físico foram realizadas radiografias, nas posições laterolateral direita e ventrodorsal, que mostraram a presença de um corpo estranho radiopaco no estômago. Por conduta terapêutica, foram indicada gastrotomia, que permitiram identificar e retirar o brinquedo de borracha.  Deve se levar em conta ao adquirir brinquedos para distração de seu animal, a raça, porte, idade e dentro outros fatores do animal. A maioria dos distúrbios comportamentais desses animais é oriunda de um despreparo pelos proprietários. Outro agravante é a tentativa de alguns proprietários em humanizar os animais, a fim de que obtenham comportamentos inerentes à espécie humana, nem que para isso tenham que mudar as suas características naturais. Assim, estes animais se tornam “mimados” e inseguros, apresentando sintomas ou características da personalidade dos seus donos. Autores enfatizam a maior ocorrência de corpos estranhos em cães jovens, cujo hábito alimentar é por vezes fora dos padrões. Estes, ocasionalmente, ingerem materiais incomuns e de grandes dimensões, enquanto que gatos, esporadicamente, ingerem anzóis e agulhas. É interessante salientar que, a despeito da alta frequência da ingestão acidental de corpos estranhos entre os animais domésticos, há casos como este cuja excentricidade sugere notificação.