AMPUTAÇÃO DE TERCEIRO MEMBRO EM GALO: RELATO DE CASO
Resumo
As malformações congênitas são defeitos na constituição de algum órgão ou conjunto de órgãos que determine uma anormalidade morfológica estrutural, que surgem no desenvolvimento durante a vida fetal, abrangendo todos os desvios em relação à forma, tamanho, posição, número e coloração de uma ou mais partes capazes de ser averiguadas macroscopicamente ou, ser discreta não sendo verificada na ocasião do nascimento. Essas anomalias geralmente ocorrem quando o feto está dentro do ovo e pode ter causa biológica, química ou até mesmo climática, se houver variação de temperatura. As mutações morfológicas levam o nome da anomalia, que é a ausência ou presença a mais de uma estrutura, são alterações que acarretam prejuízo funcional, porém compatível com a vida. Monstruosidade é uma anomalia acentuada incompatível com a vida. As cirurgias de reparos são feitas para correção das anomalias, já que podem interferir no bem estar do animal e/ou sobrevivência destes animais. Galos são machos da espécie Gallus gallus domesticus, aves galiformes e fasianídeas. Estas aves possuem bico pequeno, crista carnuda, pernas escamosas e asas curtas e largas. A galinha tem uma enorme importância para o homem, sendo o animal doméstico mais difundido e abundante do planeta. O presente trabalho relata o caso de um galo apresentando terceiro membro na região ventral a cloaca. O proprietário relatou que terceiro membro era incomodo a ave por reter fezes, e arrastava apresentando escoriações. Ao exame clinico os padrões fisiológicos mostravam-se normais. A inspeção observava-se um membro formado com polidactilia e o membro era formado até a metade do osso tibiotarso abaixo da cloaca. Ao exame de sangue, observou hematologia normal para espécie, sendo encaminhado para cirurgia. Após tricotomia da região e epilação, foi induzido com diazepan (0,5 mg.kg-1, IV) associado a ketamina (5 mg.kg-1, IV). Foi realizada a venóclise na veia ulnar e administração de solução de ringer com lactato. No momento da cirurgia, foi realizada uma bolsa de tabaco na cloaca com fio nylon 4-0. No entanto ao fazer a incisão observou que abaixo do membro a ser amputado havia uma segunda cloaca. Logo, tentou-se sondar, sendo impossível a propagação da sonda. Diante deste fato, fez-se a amputação do membro e resolveu-se deixar a falsa cloaca por não tratar-se de um problema para a ave. O pós-operatório foi realizado com uso de cetoprofeno (1 mg.kg-1, SID, IM, durante 3 dias), cloridrato de tramadol (40 mg.kg-1, IM) e limpeza da ferida com rifocima (Rifamicina Sv Sódica). Após 10 dias, foram retirados os pontos mostrando-se cicatrização completa e o animal recebendo alta. A excisão cirúrgica possibilitou a ave um retorno as suas atividades e uma melhora na sua qualidade de vida.
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