APLASIA MANDIBULAR EM OVINO: RELATO DE CASO
Resumo
Defeitos congênitos ou mal formações caracterizam-se por anormalidades estruturais e funcionais de tecidos, órgãos ou sistemas. Estas anormalidades ocorrem durante o desenvolvimento embrionário ou fetal de animais e seres humanos. Estas anomalias podem ser hereditárias ou causadas por agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas, agressões físicas ou deficiências nutricionais. Nos animais domésticos a maioria dos casos são verificados ao nascimento, visíveis em sua maior parte durante o exame externo, sendo as malformações consideradas causas importantes de morte no período neonatal, a menos que corrigidas cirurgicamente, muitas malformações ocorrem de forma esporádica, sem que estejam associadas a uma causa específica. Em relação as anomalias mandibulares estas são de caráter genético, razão pela qual sua presença no rebanho deve ser evitada, pois provocam dificuldades ou impedem a apreensão e mastigação dos alimentos, o que pode levar o animal à morte tais como: agnatia, micrognatia braquignatia, fenda labial, fenda palatina, lábio leporino. A aplasia mandibular por sua vez, impede completamente que o animal apreenda a alimentação sendo um defeito raro em ovinos, mas que pode fazer parte da síndrome mandibulofacial. O presente trabalho possui como objetivo descrever um caso de agnatia em um ovino natimorto de raça mestiça onde o animal foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Animal da Universidade da Região da Campanha - Campus Alegrete em agosto de 2016. As lesões caracterizavam-se por: ausência da mandíbula e do maxilar, descrito como agnatia e, portanto astomia, ou seja ausência da boca e aglossia, ausência da língua. A faringe apresenta-se como um órgão flutuante, os ossos parietal, occipital, temporal, esfenóide e etmoidal apresentam-se normais assim como o resto do corpo do animal. Casos de aplasia mandibular são incompatíveis a vida em ruminantes, pois impedem a apreensão do alimento, sendo que o animal tratava-se de um natimorto. Portanto neste contexto a etiologia de certas anomalias congênitas como a aplasia mandibular ainda permanecem pouco esclarecidas e pouco estudadas, o caso descrito, pode possuir diversos fatores sendo uma das principais a consanguinidade por ser de alto caráter hereditário, sendo relatado como uma das possíveis causas. As malformações congênitas, mesmo na atualidade, ainda permanecem pouco estudadas e na maioria dos casos o encaminhamento para os laboratórios de diagnósticos deve-se a curiosidade e não a fim de estabelecer as causas, principalmente na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, onde não foram realizados estudos, como realizados em regiões do nordeste, relacionando a presença de plantas tóxicas na ocorrência de malformações sendo portanto uma área a ser estudado e esclarecido.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.