DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE MATÉRIA SECA DE PASTAGEM DE AZEVÉM COM USO DE MICRO-ONDAS
Resumo
Introdução: A produção de bovinos no Rio Grande do Sul é uma das principais matrizes econômicas do estado. No ciclo de produção da pecuária de corte a fase de cria é fundamental para a reposição dos animais e para atender suas necessidades nutricionais preconiza-se a utilização de pastagens de inverno, entre elas o azevém (Lolium multiflorum). A realização do ajuste de carga animal, de forma a quantificar a oferta forrageira com a necessidade dos animais que estão em pastejo. Para esses ajustes é necessário conhecer-se componentes básicos de produção, tais como produção da pastagem em matéria verde e matéria seca. Nesse sentido observa-se que existe um desconhecimento do produtor de métodos que viabilizem essa prática a nível de propriedade rural. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi o de propor uma metodologia de fácil acesso ao produtor rural para determinar a produção de sua pastagem. Metodologia: O presente trabalho foi conduzido no mês de agosto de 2017, junto ao Campus Rural da URCAMP, Bagé/RS. Foi utilizada uma área de 0,4ha com pastagem de azevém estabelecida no início do mês de julho. Entre os dias 15 e 18 de agosto foram coletadas dez amostras, obtidas pelo corte da forragem que ficava dentro de um quadrado de ferro de 0,5m de lado, área de 0,25m2, colocado em pontos representativos da pastagem. No dia 18 de agosto de 2017 foram colocadas na pastagem quatro vacas e quatro terneiros com respectivos pesos médios de 280,75 e 43,00kg, totalizando uma carga animal de 1.295kg. Foi determinado o peso verde de cada amostra e para a determinação do seu teor de matéria seca, foi retirada uma sub-amostra pesando entre 40 a 50g. Esta foi colocada em uma forma de plástico e levada ao micro-ondas junto com um copo cheio de água inserido em um canto do mesmo, com o aparelho sempre em potência três. Estabeleceram-se tempos de secagem sequenciais de 4min, 3min, 2 min, 1min, e posteriormente repetições a cada 30seg até não haver mais perda de água na amostra. Ao fim de cada tempo de secagem, no meio externo a forragem era levemente revolvida para esfriar. Posteriormente era pesada e retornava para novo tempo de secagem. Essa prática foi repetida até que para as secagens de 30 em 30seg fosse observado entre duas pesagens consecutivas uma diferença mínima entre os pesos, com tendência a estabilização. Esse peso final representava a fração em matéria seca que, contrastada ao peso verde dessa sub amostra, fornecia a porcentagem de matéria seca da mesma que foi utilizada para a obtenção da disponibilidade de matéria seca da amostra original. Resultados: Os resultados em matéria verde (g/0,25m2), porcentagem de matéria seca e produção de matéria seca (g/0,25m2) para as amostras foram: amostra 1 – 444,62g; 19,12%; 54,20g; mostra 2 – 222,62g; 20,71%; 46,10g; amostra 3 – 461,57g; 17,85%; 82,39g; amostra 4 – 417,54g; 21,20%; 88,52g; amostra 5 – 191,76g; 24,48%; 46,94g; amostra 6 – 246,26g; 17,90%; 44,08g; amostra 7 – 1016,70g; 14,31%; 145,49g; amostra 8 – 222,57g; 23,73%; 52,82g; amostra 9 – 216,70g; 23,06%; 49,97g; mostra 10 – 490,78g; 22,18%; 108,86g. Conclusão: Conclui-se que os dados obtidos demonstraram uma disponibilidade de 6.453,4kg de matéria verde e de 1.275,19kg de matéria seca na área. Ajustando-se uma oferta forrageira diária de 10% do peso vivo para os animais, a disponibilidade existente de pastagem sustentaria os animais no mínimo por 10 dias, devendo ao final ser reavaliada a oferta de forragem.
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