PIELOTOMIA NO TRATAMENTO DE NEFROLITÍASE BILATERAL EM CANINO
Resumo
Introdução: Os nefrólitos representam cerca de 5% dos cálculos encontrados no sistema urinário da espécie canina. A escolha para o tratamento levará em consideração o comprometimento renal, e a técnica a ser escolhida dependerá do tamanho e localização do urólito. A pielotomia é uma técnica utilizada que prima à prevenção de traumas no parênquima associado à nefrectomia. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever a técnica de pielotomia para o tratamento de nefrolitíase bilateral em um canino. Relato de Caso: Foi atendido uma fêmea canina, Pit Bull, de sete anos e 32kg de massa corpórea, apresentando algia abdominal, hematúria e polaciúria havia 14 dias. Após exame clínico, coleta de sangue para realização de hemograma e testes bioquímicos (ALT, FA, Uréia e Creatinina), bem como ecografia e radiografia abdominal, visualizou-se alterações em exame de imagem e elevação de creatinina (5,4 mg/dl). Foi observada na ecografia, hidronefrose bilateral e imagem compatível com nefrólito em ambas as pelves renais. Na radiografia, visualizaram-se imagens compatíveis com cálculos renais coraliformes em ambas as pelves renais. Devido aos achados observados e após estabilização pré-operatória, o paciente foi encaminhado para celiotomia exploratória na tentativa de remoção de ambos nefrólitos. Após celiotomia, visualizaram-se em ambos os rins hidronefrose e hidroureter. A fim de realizar a remoção de ambos os cálculos, objetivou-se não lesionar parênquima renal. Iniciou-se assim a pielotomia no rim esquerdo e como o paciente se encontrava estável, efetivou-se pielotomia no rim direito. Foram removidos cálculos de grande dimensão em ambos os rins que ocupavam toda pelve renal e início de ureter. O paciente permaneceu internado, sob monitoramento e fluidoterapia por quatro dias pós-operatório, com avaliações periódicas de débito urinário. Recebeu alta hospitalar no quinto dia, retornando para atendimento no décimo dia para avaliação e retirada dos pontos. Encontrava-se bem segundo avaliação clínica e de acordo com o tutor, sem alterações. Sugeriram-se avaliações periódicas do paciente a fim de avaliar alterações em parênquima renal e principalmente recidivas da doença. Discussão: Urolitíases não são enfermidades isoladas, podendo resultar de muitos fatores, como raciais, etários, gênero, nutricionais, distúrbios metabólicos, congênitos ou patofisiológicos adquiridos que, em conjunto, aumentam a precipitação de metabólitos excretados pela urina, podendo ser encontrados em qualquer parte do trato urinário. Representam cerca de 18% das afecções urinárias de caninos, porém somente 5% a 10% dessas litíases se encontram localizadas nos rins (nefrólitos). Conclusão: O presente relato descreve o sucesso do tratamento de um canino com nefrolitíase bilateral por meio de pielotomia.
Palavras-chave
cálculo renal; cirurgia; nefrectomia.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.