PIELOTOMIA NO TRATAMENTO DE NEFROLITÍASE BILATERAL EM CANINO

THALIA CRESTANI CARVALHO, JOÃO PEDRO SCUSSEL FERRANTI, AMANDA DA ROSA ROSADO, ALESSANDERSON FONTOURA JAQUES, SACHA ERY DE OLIVEIRA MOCHKOVITCH, AMANDA BELARDONY GOMES

Resumo


Introdução: Os nefrólitos representam cerca de 5% dos cálculos encontrados no sistema urinário da espécie canina. A escolha para o tratamento levará em consideração o comprometimento renal, e a técnica a ser escolhida dependerá do tamanho e localização do urólito. A pielotomia é uma técnica utilizada que prima à prevenção de traumas no parênquima associado à nefrectomia. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever a técnica de pielotomia para o tratamento de nefrolitíase bilateral em um canino. Relato de Caso: Foi atendido uma fêmea canina, Pit Bull, de sete anos e 32kg de massa corpórea, apresentando algia abdominal, hematúria e polaciúria havia 14 dias. Após exame clínico, coleta de sangue para realização de hemograma e testes bioquímicos (ALT, FA, Uréia e Creatinina), bem como ecografia e radiografia abdominal, visualizou-se alterações em exame de imagem e elevação de creatinina (5,4 mg/dl). Foi observada na ecografia, hidronefrose bilateral e imagem compatível com nefrólito em ambas as pelves renais. Na radiografia, visualizaram-se imagens compatíveis com cálculos renais coraliformes em ambas as pelves renais. Devido aos achados observados e após estabilização pré-operatória, o paciente foi encaminhado para celiotomia exploratória na tentativa de remoção de ambos nefrólitos. Após celiotomia, visualizaram-se em ambos os rins hidronefrose e hidroureter. A fim de realizar a remoção de ambos os cálculos, objetivou-se não lesionar parênquima renal. Iniciou-se assim a pielotomia no rim esquerdo e como o paciente se encontrava estável, efetivou-se pielotomia no rim direito. Foram removidos cálculos de grande dimensão em ambos os rins que ocupavam toda pelve renal e início de ureter. O paciente permaneceu internado, sob monitoramento e fluidoterapia por quatro dias pós-operatório, com avaliações periódicas de débito urinário. Recebeu alta hospitalar no quinto dia, retornando para atendimento no décimo dia para avaliação e retirada dos pontos. Encontrava-se bem segundo avaliação clínica e de acordo com o tutor, sem alterações. Sugeriram-se avaliações periódicas do paciente a fim de avaliar alterações em parênquima renal e principalmente recidivas da doença. Discussão: Urolitíases não são enfermidades isoladas, podendo resultar de muitos fatores, como raciais, etários, gênero, nutricionais, distúrbios metabólicos, congênitos ou patofisiológicos adquiridos que, em conjunto, aumentam a precipitação de metabólitos excretados pela urina, podendo ser encontrados em qualquer parte do trato urinário. Representam cerca de 18% das afecções urinárias de caninos, porém somente 5% a 10% dessas litíases se encontram localizadas nos rins (nefrólitos). Conclusão: O presente relato descreve o sucesso do tratamento de um canino com nefrolitíase bilateral por meio de pielotomia.

Palavras-chave


cálculo renal; cirurgia; nefrectomia.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.