REPARAÇÃO NÃO CIRÚRGICA DE FRATURA DE TIBIA DISTAL EM UM POTRO – RELATO DE CASO

PETER DE LIMA WACHHOLZ, Luciana Araujo Lins, Tiago Trinidade Dias, Luiz Carlos Soto Maciel, Luiz Felipe Vargas Lopes

Resumo


Introdução: O manejo de fraturas de ossos longos em equinos representa um desafio para o veterinário, muitas vezes porque a região anatômica da fratura, o peso do animal e a idade dificultam a estabilização e a consolidação da mesma. Portanto, a eleição da melhor técnica de redução e fixação deve basear-se em promover a recuperação mais rápida e eficiente dos animais. Em contraste com os cavalos adultos, os potros tem bons resultados nas fraturas de tíbia porque os ossos apresentam circulação mais intensa com depósito constante e ativo de minerais. Existem diferentes técnicas para tratamento das fraturas de tíbia e estas vão depender da configuração da fratura, podendo ser divididas entre o tratamento conservador não cirúrgico ou as correções envolvendo manipulação cirúrgica. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi relatar a recuperação clínica de um potro Crioulo apresentando fratura completa de epífise distal de tibia. Metodologia: Foi atendido em uma propriedade um equino, macho, de 4 meses de idade, de raça crioula que apresentou trauma por coice há 1 mês. O animal apresentava claudicação Grau IV de apoio, crepitação na palpação, deslocamento dos bordos da fratura, ferida aberta. O diagnóstico e a identificação da fratura foi apenas clínico. O tratamento utilizado foi imobilização com uso de gesso sintético, mantendo uma janela para limpeza diária. O curativo no local da ferida era realizado diariamente com açúcar, para auxiliar a reparação do tecido, associado à solução de iodo a 2% como antisséptico. Foi realizada imobilização da metade do fêmur até o casco, limitando a movimentação articular. O gesso foi trocado a cada uma semana no primeiro mês. No segundo mês, a cada duas semanas. Após três meses, o gesso foi removido e substituído por uma liga de apoio para evitar sobrepeso no membro que estava há quatro meses sem apoio. Resultados: O uso da janela no gesso, com aplicação do tratamento cicatrizante e antisséptico permitiu a cicatrização rápida da ferida em um ambiente pouco contaminado, o que favoreceu o período prolongado de imobilização com gesso em um animal com fratura aberta, minimizando a contaminação secundária. Após a remoção do gesso, o animal apresentou claudicação por encurtamento relativo do membro, porém sem sinais de dor. O potro recebeu alta após este período por apresentar plena capacidade de locomoção, permitindo o desempenho de suas atividades diárias. Conclusão: No caso descrito, a imobilização não cirúrgica foi eficaz em reparar uma fratura completa aberta na tíbia de um potro. A imobilização não cirúrgica, além de apresentar baixo custo, permitiu que o animal permanecesse em seu hábitat, minimizando o estresse.


Palavras-chave


potro; fratura; fixação não-cirúrgica

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