Ocorrência de intoxicação por Senecio spp. em ovinos na Região da Campanha

KAROLINE DA SILVA VAZ OLIVEIRA, Lincoln Daltro Garcez, Mirella do Couto Soares, Lenir Gonçalves Leite

Resumo


Introdução: Dentre as plantas tóxicas existentes no estado do Rio Grande do Sul, tem-se que Senecio spp. é considerada uma das mais relevantes entre as envolvidas, sendo responsável por cerca de 50% de óbitos em bovinos ocasionadas por intoxicações. Provoca uma doença de evolução crônica, cursando com emagrecimento progressivo, às vezes diarreia, ascite, fotossensibilização, icterícia e edema de membros e barbela. Este quadro leva muitos animais à morte alguns meses após a ingestão da planta, devido à lesão hepática irreversível que se instala, caracterizada por degeneração e necrose de hepatócitos, com extensas áreas de fibrose do parênquima hepático, responsáveis pelo quadro clínico apresentado pelos bovinos. São plantas pouco palatáveis, e consumidas pelos animais somente sob determinadas condições, como épocas de menor disponibilidade de forragem, que geralmente coincide com a época de brotação da mesma, de maio a agosto, ou ingestão acidental com feno e silagem contaminados. Através de alternativas de controle, como rodízio de pastagens e suplementação mineral, é utilizada também a inserção de ovinos em pastagens, já que estes consomem e controlam a planta sem adoecer, por serem resistentes à ação de alcaloides pirrolizidínicos existentes em Senecio spp., Porém a exposição contínua pode causar prejuízos a espécie, causando intoxicação. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo relatar a incidência de intoxicação em ovinos pela exposição permanente à planta Senecio ssp. Metodologia: Em um rebanho de 40 ovinos da raça Texel, localizado na Região da Campanha expostos a Senecio spp., dois animais apresentaram icterícia e coloração da urina alterada, temperatura corporal de 40,5º C, esses sintomas perdurando por aproximadamente dois dias, sendo, administrado antibioticoterapia como tratamento e sem resposta. Os animais que apresentaram alterações vieram a óbito e foram encaminhados para necropsia, sendo coletadas amostras de fígado, baço, rim, cérebro e linfonodos. Resultados: O resultado do exame histopatológico demonstrou fígado degenerado com necrose de hepatócitos, fibrose difusa, megalocitose, multiplicação das células dos ductos biliares e cérebro com degeneração da substância branca. Conclusão: Através dos achados histológicos encontrados e dados obtidos da anamnese realizada, pode-se diagnosticar que os animais apresentaram cirrose hepática, com lesões compatíveis de intoxicação por alcaloides pirrolizidínicos, resultantes da intoxicação por Senecio spp..


Palavras-chave


plantas tóxicas, controle, cirrose

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