HIDRONEFROSE SECUNDÁRIA A LIGADURA DE URETER APÓS OVARIOHISTERECTOMIA EM CANINO
Resumo
Introdução: A ovariohisterectomia (OVH) em caninos é a cirurgia eletiva mais realizada e indicada dentro da Medicina Veterinária, tendo como principal motivo o controle de natalidade. Embora considerada um procedimento cirúrgico simples, há riscos de complicações trans e pós-operatórias. A hidronefrose é uma das complicações pós OVH eletiva, sendo um distúrbio que pode ocorrer em casos de obstrução dos ureteres e se instalando no rim, sujeito a pressão retrógrada. Caracteriza-se ainda, por distensão progressiva da pelve renal que precede a atrofia do parênquima, devido à obstrução da pelve. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo relatar um caso hidronefrose em um canino, secundária a ligadura acidental de ureter durante OVH eletiva. Relato de Caso: Atendeu-se uma fêmea canina, SRD, de seis anos e 9 kg de massa corpórea, apresentando algia abdominal e polaciúria havia quatro dias. Segundo relato do tutor, a paciente havia sido submetida a ovariohisterectomia há três meses, se recuperando bem do procedimento. Após exame clínico, coleta de sangue para realização de hemograma e testes bioquímicos (ALT, FA, Uréia e Creatinina), bem como ecografia abdominal, visualizou-se alteração somente em exame de imagem. Foi observada na ecografia, imagem compatível com estenose ureteral direita, hidronefrose em rim direito, bem como diversos pontos de aderências intrabdominais. Devido aos achados observados, o paciente foi encaminhado para celiotomia exploratória, a fim de identificar as alterações supracitadas. Após celiotomia, visualizaram-se diversas aderências intrabdominais, sendo realizada a adesiólise das mesmas. O rim esquerdo apresentava-se levemente aumentado, porém de consistência firme, já o direito, apresentava-se de forma globosa, de consistência flutuante, sendo observada estenose ureteral, 5 cm caudal ao rim, aderida esta, a um fio de sutura. Realizou-se a nefrectomia total direita, devido à inexistência de parênquima renal observada na prévia ecografia, bem como a dissecação e ligadura do ureter próximo a vesícula urinária. O paciente permaneceu internado, sob monitoramento e fluidoterapia por três dias pós-operatório, com avaliações periódicas de débito urinário. Recebeu alta hospitalar no quarto dia, retornando para atendimento no décimo dia para avaliação e retirada dos pontos. Encontrava-se bem segundo avaliação clinica e de acordo com o tutor, sem alterações. Discussão: Complicações após a realização de OVH podem surgir no transoperatório, assim como no pós-operatório, podendo se apresentar em diferentes intervalos de tempo depois do procedimento. As complicações mais facilmente resolvidas são as que ocorrem no transoperatório ou dentro de algumas semanas no pós-operatório, já as complicações que se manifestam em longo prazo podem exigir um extenso tratamento. Conclusão: O presente relato descreve uma grave complicação decorrente de uma ovariohisterectomia e a importância da realização de um rápido diagnóstico a fim de evitar lesões mais graves como a nefrectomia, bem como o óbito dos pacientes.
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