PORTE DAS MUDAS DE OLIVEIRA COMERCIALIZADAS NA REGIÃO DA CAMPANHA DO RIO GRANDE DO SUL

PAULO DIAS, PAULO RICARDO EBERT SIQUEIRA

Resumo


Introdução: A cultura da oliveira encontra-se em fase de expansão na Região da Campanha do Rio Grande do Sul. Por ser uma cultura perene e muito longeva o padrão das mudas adquiridas para a implantação do olival se reveste de especial significado devido aos efeitos duradouros decorrentes da qualidade do material propagativo empregado. Mudas vigorosas estabelecem olivais uniformes e promovem a formação de árvores mais produtivas e frutos de melhor qualidade. Os olivais são constituídos com diversas cultivares para que a disponibilidade de pólen na época da antese proporcione maiores índices de fecundação e em decorrência, aumento na produtividade. Deste modo torna-se importante a adequada uniformidade no desenvolvimento inicial das plantas da mesma cultivar e entre as diferentes cultivares. Quando as mudas não proporcionam a desejada uniformidade são exigidas podas adicionais de formação o que eleva os custos de produção. Objetivo: O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade de mudas de oliveira adquiridas para o estabelecimento de um olival no município de Bagé. Metodologia: O experimento consistiu na medição das mudas recém-plantadas das cultivares Arbosana, Arbequina, Frantoio e Koroneiki as quais constituíram os quatro tratamentos avaliados. Foi adotado delineamento experimental com três blocos casualizados e cinco repetições por blocos, onde cada repetição consistiu de três plantas consecutivas nas fileiras de plantio. A medição foi realizada logo após o plantio dos tratamentos e os resultados foram analisados pelo teste F com a comparação das médias pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Resultados: Foi possível verificar expressivas diferenças no tamanho das mudas adquiridas. As mudas da cultivar Frantoio mediram 78,47 ± 1,98cm e foram significativamente maiores que todas as demais, enquanto as mudas de Arbequina mediram 60,96 ± 2,20cm e foram significativamente maiores que as mudas das cultivares Koroneiki e Arbosana. As mudas de Koroneiki apresentaram 38,89 ± 1,06cm e foram significativamente maiores que aquelas da cultivar Abosana cujo tamanho foi de somente 26,84 ± 0,78cm. As mudas de melhor desenvolvimento foram as da cultivar Frantoio e as menores as da cultivar Arbosana. As cultivares Frantoio e Koroneiki produzem plantas adultas de vigor médio ao passo que Arbequina e Arbosana originam plantas de baixo vigor. No presente trabalho observou-se que as mudas maiores, no caso Frantoio assim como as menores, no caso a cultivar Arbosana, apresentaram relação com o vigor previsto para a planta adulta. Quanto à cultivar Arbequina, de vigor baixo na fase adulta, apresentou as mudas com o segundo maior porte, o que pode ser creditado à idade maior das mudas adquiridas. Por sua vez a cultivar Koroneiki, cujas plantas adultas possuem vigor médio apresentou mudas de porte mais próximo de Arbosana e, neste caso pode-se atribuir este fato à menor idade das mudas ou mesmo às condições de produção das mudas possivelmente menos favoráveis. Entre as mudas da mesma cultivar as diferenças foram pequenas, sendo as mudas mais uniformes as da cultivar Arbosana e as menos uniformes da cultivar Arbequina.  Conclusão: Conclui-se que a escolha das mudas por ocasião da aquisição pode influir de forma importante na uniformidade dos olivais durante o plantio.


Palavras-chave


padrão de mudas, Olea europea, olivais

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