IMPORTÂNCIA DO CORRETO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PARA OTITE EXTERNA EM CÃES: RELATO DE CASO

IZADORA PEREIRA MACHADO, Eduardo Garcia Fontoura, Sabrina Dos Santos Benett, Graciéle Santos do Couto

Resumo


Otite externa é definida pela inflamação do tecido que reveste o canal auditivo externo. Esta enfermidade possui elevada casuística na clínica médica de pequenos animais, onde diversos fatores podem ser a causa primária, secundária ou perpetuante da doença. Ainda, por negligência dos médicos veterinários, aliado a falta de informação e erro de manejo de tratamento por parte dos tutores, a otite externa pode evoluir de forma crônica e tornar a doença recidivante com complicações graves, como perda de audição. O tratamento adequado requer o diagnóstico preciso da causa primária, onde na grande maioria dos casos engloba a limpeza do canal auditivo externo e terapia tópica antimicrobiana específica por tempo adequado. Desta forma, este trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico de otite externa canina, onde identificamos a causa primária, com o intuito de esclarecer ao tutor o tratamento adequado para que não ocorra a recidiva do quadro clínico. Foi observado um caso atendido no Hospital Veterinário, onde foi relatado pela proprietária através da anamnese, que o seu canino apresentava meneios de cabeça, prurido intenso e otalgia. Após exame clínico geral onde os padrões foram mantidos dentro do considerado fisiológico, foi prosseguido para análise macroscópica dos condutos auditivos externos, onde foi constatada secreção bilateral de coloração enegrecida, ainda, através do uso do otoscópio também foi possível constatar presença de pelos em quantidade moderada, eritema em ambas as orelhas externas e secreção impedindo a visualização em mais de 50% do cone do otoscópio. Com base na anamnese realizada, nos achados durante o exame físico e nos sinais clínicos que o paciente apresentava, o canino foi diagnosticado com otite externa bilateral. O diagnóstico condiz com a literatura, onde são descritos como principais sinais clínicos apresentados por cães com otite externa, sacodir a cabeça, prurido e otalgia. Após, foram coletadas amostras da secreção através de swab estéril e enviadas para análises de laboratório, com o requisito de cultura bacteriana e fúngica. Como resultado do laboratório, foi confirmada que seria otite externa bacteriana (Staphylococcus intermedius), concomitantemente com Malassezia pacyidermatis. Tal achado vai de encontro da bibliografia, onde são considerados como principais agentes microbianos as bactérias do gênero Staphylococcus e fungos Malassezia. Podemos categorizar o quadro como causa primária e considerada uma causa perpetuante, visto que se não tratadas ambas, não a resolução do quadro clínico. Como tratamento foi instituído formulação otológica a base de cetoconazol, betametasona, gentamicina, onde foi instaurado 5 gotas em cada conduto auditivo, a cada 12 horas durante dez dias, independente da melhora antes do período, a fim de prevenir recorrências, de casos recidivos, resistência bacteriana e cronificação, além de perda de audição. A literatura dita como eficaz/eficiente o tratamento por betametasona e cetoconazol fármacos por determinado período, assim como no quadro descrito. Por fim, a tutora seguiu as instruções corretamente e após o período de tratamento retornou com o paciente, onde foi constatada melhora completa do quadro clínico. Portanto, após o diagnóstico definitivo das causas da otite, a colaboração do proprietário é essencial para o sucesso no tratamento, onde, quando respeitadas às indicações prescritas pelo médico veterinário, assim como a não interrupção do tratamento, recidivas tornam-se mais difíceis e o prognóstico para o paciente tende a ser favorável.


Palavras-chave


Palavras-chave: Otite externa; Canino; Staphylococcus e Malassezia.

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