A INFLUÊNCIA DA CONDUTA FAMILIAR NO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Análise teórica sobre a reprodução de condutas violentas por crianças e adolescentes submetidos à medidas de proteção e socioeducativas

MILENA DOS SANTOS PINHEIRO, Rafael Bueno da Rosa Moreira

Resumo


Introdução: As condutas violentas ou hostis realizadas, reiteradamente, por pessoas que são referência para crianças e adolescentes podem desencadear sérios riscos para a sua formação, devido as transformações que decorrem do período peculiar de pessoa em desenvolvimento, que visa proporcionar a evolução humana e identitária. Diz-se isso em razão de que é possível constatar que muitas das crianças e adolescentes que são submetidas à aplicação de medidas de proteção ou socioeducativa tem bases estruturais formadas por pais que tem comportamentos inadequados nos aspectos sociais, econômicos, e, fundamentalmente, morais. Tais comportamentos são reproduzidos em razão do ambiente em que crianças e adolescentes estão inseridos e em decorrência de suas referências. Os argumentos reflexivos da pesquisa foram construídos para responder o seguinte problema: “Como se dá a reprodução de condutas violentas, que decorre do comportamento dos entes familiares, por crianças e adolescentes que foram submetidos a medidas de proteção e socioeducativas?” Objetivo: Demonstrar a influência da família no comportamento de crianças e adolescentes que foram submetidos a medidas de proteção e socioeducativas pelo cometimento de atos infracionais. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, por meio da análise de artigos científicos e livros, sendo utilizado o método dedutivo. Resultados: As crianças e adolescentes gozam de proteção integral com prioridade absoluta a ser garantida pelo Estado, pela sociedade/comunidade e pela família através de previsão constitucional e estatutária. Os casos de violência doméstica e familiar, em grande parte das vezes, ocorrem por gerações em famílias, onde aquele pai agressor, foi o filho que viu seu pai ser agressor. Tal exemplo, perante uma pessoa que ainda não tem a personalidade formada, influencia sobremaneira sua opinião e discernimento sobre o certo e errado, eis que as crianças e adolescentes realizam suas ações de acordo com as referências familiares. A questão que se consegue ouvir com frequência é: se fazem, porque eu não posso? Porque é errado? A questão da moralidade infanto-juvenil é um tema delicado, pois a violência no quadro atual é algo recorrente e até banal, inclusive influenciada pela grande mídia, o que torna desafiadora a construção da personalidade de crianças e adolescentes de forma não violenta. A família é o ponto de intervenção para o combate a violência, e a mesma é geradora da agressão, não somente de maneira exemplificativa, mas sim como sujeito ativo da agressão contra crianças e adolescentes, o que, por consequência, faz nascer a agressividade e a revida por parte do sujeito passivo. Essa família que já se encontra submetida a grande vulnerabilidade social, passa também a ser vista como objeto de compensação para as frustrações de seus genitores. Conclusão: Portanto, conclui-se que crianças e adolescentes que são submetidos a situações de violência têm tendência a desenvolver os mesmos atos, sendo que quando a família não age em seu papel protetivo passa tal responsabilidade para o Estado. As crianças e adolescentes que não são sedimentados com amparo para o desenvolvimento integral e geram dentro de si a agressividade, externam na violência, o que implica no cometimento de atos infracionais e a responsabilização com medidas protetivas, para crianças ou adolescentes, ou socioeducativas, para adolescentes, em decorrência de práticas criminais decorrentes de tais condutas.

 

Palavras-chave: Criança e adolescente; Violência Familiar; Atos de violência.


Palavras-chave


Criança e adolescente; Violência Familiar; Atos de violência

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