PERFIL NUTRICIONAL DE MILITARES E ASSOCIAÇÃO COM A HIPERTENSÃO ARTERIAL
Resumo
Introdução: O perfil nutricional dos brasileiros tem revelado que as prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos trinta anos. Neste cenário epidemiológico do grupo de doenças crônicas não transmissíveis, a obesidade se destaca por ser simultaneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças deste grupo, como a hipertensão e o diabetes, igualmente com taxas de prevalência em elevação no país. Objetivo: o objetivo deste estudo foi determinar a associação entre Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) com a prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em militares do exército Brasileiro, do sexo masculino. Metodologia: Trata-se de estudo transversal, cuja amostra foi constituída por 80 militares do Exército que estavam no quadro do efetivo variável em agosto do ano de 2007. Os sujeitos do estudo possuíam idade entre 18 e 19 anos, eram oriundos da Cidade de Bagé. A pesagem foi realizada com os militares descalços, em uma balança digital, marca Filizola S.A., com capacidade de 0-150 kg e precisão de 100 g. Para a coleta da estatura, os militares foram colocados descalços, em posição ereta, encostados numa superfície plana e vertical, braços pendentes com as mãos espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos, para a medida foi utilizada fita métrica fixada na parede. A medida da circunferência da cintura (CC) foi realizada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca, com fita métrica de até 2 metros. A medida de pressão arterial foi feita com esfigmomanômetro aneróide, obtida com o paciente sentado, após 5 minutos de repouso. Apressão sistólica correspondeu aos primeiros ruídos arteriais (fase I dos sons de Korotkoff) com a desinsuflação do manguito, e a pressão diastólica correspondeu ao seu desaparecimento (fase V dos sons de Korotkoff). Foram considerados hipertensos os sujeitos que apresentaram valores de pressão arterial (PA) iguais ou acima de 140/90mmHg, em duas aferições com intervalo de 5 minutos, e também aqueles que estavam fazendo uso de anti-hipertensivos. Resultados: A amostra estudada possui as seguintes características: idade média 18,5 anos; estatura média 174,66 + 6,51 cm e peso médio 80,59 +12,38 kg. Com base nos dados antropométricos obtidos neste estudo, pode-se verificar uma alta prevalência de sobrepeso e obesidade, o que concorda com o resultado de outros estudos realizados no Brasil, porém com outros grupos populacionais. Pôde-se observar que, segundo o IMC,64,55% dos sujeitos apresentam algum nível de excesso de peso. Porém, o percentual diminui quando o indicador utilizado é a circunferência da cintura (17,84%). Encontrou-se uma prevalência de 5,63% de hipertensão arterial sistêmica na amostra estudada. Conclusão: Assim conclui-se que há prevalência elevada de militares obesos, segundo o IMC, quando comparado com a população brasileira. O indicador antropométrico que melhor se associou à hipertensão arterial sistêmica foi a relação com a cintura (CC). Encontrou-se uma prevalência de hipertensão arterial sistêmica bem abaixo das encontradas em outros estudos nacionais. Por fim, faz-se necessário o monitoramento da situação nutricional dos militares e a promoção de práticas alimentares saudáveis com vistas a reduzir a prevalência de obesidade nessa população.
Palavras-chave: avaliação nutricional; obesidade; hipertensão.
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