JORNAL ESCRÍNIO: UM JORNAL FEMINISTA DE BAGÉ

Clarisse Ismério, KETHERINE SANTOS

Resumo


Introdução: O jornal escrínio teve seu primeiro número lançado em 2 de janeiro de 1898, era um jornal literário, instrutivo e noticioso, com publicação semanal. A proprietária do jornal foi a escritora Andradina de Oliveira, circulou em Bagé no ano de 1898. Se alternou entre um revista ilustrada e jornal. Objetivos: O objetivo geral da pesquisa é analisar a visão feminista do jornal Escrínio. E os específicos: caracterizar o jornal Escrínio; contextualizar o período histórico de atuação do periódico; e identificar as principais temáticas produzidas pelas colaboradoras(es) do jornal. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa histórica, cuja abordagem teórica concentra-se na história social, caracterizando-se por ser explicativa e qualitativa na qual os dados são coletados em fonte bibliográfica e documental. Resultados parciais: O periódico sempre mostrou que queria valorizar as mulheres e incentiva-las a sair do convívio familiar e ir para o espaço público. Contava com vários colabores e colaboradoras que enviavam os seus artigos para serem publicados no jornal, com temas relacionamos a atuação feminina no espaço privado e público. Destaca-se que existia uma integração com o jornal feminista O Corymbo, de Rio Grande (1884-1944). O Escrínio durou cerca de um ano em Bagé, logo depois passou por Santa Maria, Rio Grande e Porto Alegre. Ao longo de todos esses anos, a editora do Jornal Andradina de Oliveira, continuou batalhando para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. Criou uma serie no jornal chamada escritoras brasileiras, na qual tinha a função de difundir e divulgar a história e trabalho das autoras feministas. A escritora sempre incentivava as mulheres a escrever, por isso elaborou um concurso literário em cartões portais. E diariamente colocava notas das conquistas femininas ao redor do mundo para deixar suas leitoras informadas. Em 1946 o jornal Correio do Sul de Bagé em decorrência do centenário da cidade, publicou um extenso artigo sobre a história do município, que incluiu os jornais que atuaram na cidade. Foi citado os nomes até o vigésimo oitavo jornal publicado na cidade, mas não há nenhuma citação sobre o Escrínio. Conclusão: O Escrínio foi um periódico feminista que teve uma longevidade de 12 anos e, apesar de algumas pequenas pausas, mas sempre voltava mais forte. Destaca-se o protagonismo de Andradina como escritora, editora, agente comercial e proprietária do jornal, uma mulher de fibra que através O jornal deu voz às mulheres num período que o positivismo moldava a sociedade com seu discurso conservador.

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