Alunos Inclusos: Ressignificando o papel dos pais

MAYRA MEDEIROS OSORIO, Jacqueline Feltrin Quintana

Resumo


O presente estudo foi desenvolvido com base no estágio supervisionado em Psicologia Escolar e da Educação do curso de Psicologia da URCAMP, no período de setembro a dezembro de 2015, em uma escola municipal de Bagé. A escola possui Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o projeto teve como público alvo os pais e responsáveis pelos alunos inclusos. Primeiramente, foi realizado o diagnóstico institucional, a partir do qual se percebeu a necessidade de intervir na escola, visto que não há serviço de psicologia no local. De acordo com entrevistas aplicadas com o corpo docente e a equipe diretiva da escola, identificou-se a resistência de alguns pais dos alunos em aceitar a limitação dos filhos, evitando o encaminhamento destes para atendimento especializado e impossibilitando o diagnóstico correto da criança. Além disso, há pais que superprotegem os filhos ou até mesmo negligenciam suas necessidades, por não conhecerem o papel da psicologia ou por terem uma visão equivocada desse serviço. A partir disso, o objetivo principal do projeto foi orientar os pais ou responsáveis dos alunos do AEE quanto à aceitação e responsabilidade destes para com seus filhos. Realizaram-se entrevistas com 10 familiares das crianças, utilizando-se como instrumento um questionário com seis questões abertas. Com o auxílio da escola, todos os pais dos alunos foram convidados para uma reunião com os responsáveis pelo projeto, comparecendo cinco pessoas. Para complementar o trabalho, enviou-se um convite aos pais para uma palestra a ser ministrada por duas psicólogas, sendo que apenas três pessoas compareceram. Na reunião foi possível orientar os pais sobre temas gerais e na palestra foi abordada, entre outros assuntos, a questão da inclusão, que era o objetivo principal. Abordou-se sobre o papel do psicólogo em diversos contextos, os serviços gratuitos de psicologia oferecidos na cidade, a importância da escola e do convívio da criança com necessidades especiais com as demais crianças, o reflexo dos conflitos familiares no comportamento dos filhos, a superproteção e estigma, o preconceito em buscar atendimento psicológico, foram esclarecidas as dúvidas e houve a troca de experiências entre os presentes. Ocorreram dificuldades em relação à adesão dos pais às atividades propostas, tanto pela resistência da equipe gestora da escola, quanto pelo pequeno número de pais que se fizeram presentes. Percebemos também a dificuldade de comunicação entre alguns pais e professores. Conclui-se, através do projeto desenvolvido, que foi possível suscitar na comunidade escolar o conhecimento sobre a área da psicologia e as possibilidades de intervenção do psicólogo, bem como proporcionar algumas orientações aos pais e responsáveis, mesmo não sendo viável aprofundar o trabalho. Porém, acredita-se que houve uma contribuição significativa à escola, estabelecendo-se um bom vínculo em pouco tempo com os envolvidos e despertando a reflexão sobre o papel dos pais na educação dos filhos.

Palavras-chave


psicologia escolar; inclusão; papel parental.

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