Identificação e classificação de risco de medicamentos utilizados por gestantes internadas por motivação patológica em hospital da cidade de Dom Pedrito, RS.
Resumo
A mulher no período gestacional passa por alterações fisiológicas fundamentais para a manutenção do crescimento do feto. É possível, no entanto, que haja acometimento patológico materno e/ou fetal, levando a necessidade de internação hospitalar e utilização de medicamentos específicos a cada caso. Todavia, algumas medicações apresentam classificações quanto a seu risco para gestantes, e torna-se fundamental conhecer o perfil de utilização dessas classes medicamentosas, a fim de se traçar metas futuras para redução de possíveis prejuízos à saúde da mulher e do feto. Aos medicamentos do grupo A não são atribuídos riscos ao feto; aos do grupo B é atribuído efeito adverso em testes com animais; já os medicamentos do grupo C demonstraram ação adversa efetiva em cobaias. Objetivou-se identificar os medicamentos e a classificação dos riscos de medicamentos utilizados por gestantes no hospital de Dom Pedrito-RS no ano de 2015. Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa retrospectiva documental, quantitativa descritiva, com levantamento de dados dos prontuários de pacientes gestantes internadas no hospital de Dom Pedrito-RS. A amostra caracterizou-se por prontuários das pacientes gestantes submetidas à internação no referido hospital no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2015. O critério de inclusão dos prontuários embasou-se na idade das gestantes ser igual ou superior a 18 anos no momento da internação. Ao hospital foi solicitada autorização para a realização do estudo, obtendo-se reposta positiva para a coleta de dados, e mantendo-se a identidade das pacientes em completo anonimato. Dos 355 prontuários pesquisados, 41 (11,6%) gestantes internaram por motivação patológica, sendo a elas administradas 19 medicações distintas, de acordo com as necessidades clínicas de cada caso. Para estas pacientes, observou-se que 75,8% dos medicamentos apresentavam classificação de risco C, com destaque para nifedipino (15,51%), furosemida (15,51%), metildopa (13,79%) e butilbrometo de escopolamina + dipirona (8,62%). Ao grupo C, seguiu-se o grupo B, com 24,2% das medicações prescritas pertencentes a este grupo. Medicamentos com expressão de mais de um risco como o captopril (B e C) e azidotimidina (C e D) apresentaram 3,5% da prevalência de uso. Não se observou nenhum medicamento prescrito na Categoria A. Frente ao exposto, torna-se claro que ainda é rotineira a utilização de medicamentos cuja classificação enquadra-os no grupo C, e cujas indicações devem ser criteriosamente avaliadas, com a necessidade de avaliação cautelosa quanto à relação risco/benefício ao feto e à mulher. Encoraja-se estudos mais detalhados sobre o tema, a fim de promover uma visão globalizada da situação de prescrição a gestantes internadas em hospitais.
Palavras-chave
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