Identificação e classificação de risco de medicamentos utilizados por gestantes internadas por motivação patológica em hospital da cidade de Dom Pedrito, RS.

CLAUDIA MARTINS, Ana Zilda Ceolin Colpo, Carolina Carbonell Demori, Guilherme Cassão Marques Bragança, Ana Carolina Zago

Resumo


A mulher no período gestacional passa por alterações fisiológicas fundamentais para a manutenção do crescimento do feto. É possível, no entanto, que haja acometimento patológico materno e/ou fetal, levando a necessidade de internação hospitalar e utilização de medicamentos específicos a cada caso. Todavia, algumas medicações apresentam classificações quanto a seu risco para gestantes, e torna-se fundamental conhecer o perfil de utilização dessas classes medicamentosas, a fim de se traçar metas futuras para redução de possíveis prejuízos à saúde da mulher e do feto. Aos medicamentos do grupo A não são atribuídos riscos ao feto; aos do grupo B é atribuído efeito adverso em testes com animais; já os medicamentos do grupo C demonstraram ação adversa efetiva em cobaias. Objetivou-se identificar os medicamentos e a classificação dos riscos de medicamentos utilizados por gestantes no hospital de Dom Pedrito-RS no ano de 2015. Este trabalho caracterizou-se como uma pesquisa retrospectiva documental, quantitativa descritiva, com levantamento de dados dos prontuários de pacientes gestantes internadas no hospital de Dom Pedrito-RS. A amostra caracterizou-se por prontuários das pacientes gestantes submetidas à internação no referido hospital no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2015. O critério de inclusão dos prontuários embasou-se na idade das gestantes ser igual ou superior a 18 anos no momento da internação. Ao hospital foi solicitada autorização para a realização do estudo, obtendo-se reposta positiva para a coleta de dados, e mantendo-se a identidade das pacientes em completo anonimato. Dos 355 prontuários pesquisados, 41 (11,6%) gestantes internaram por motivação patológica, sendo a elas administradas 19 medicações distintas, de acordo com as necessidades clínicas de cada caso. Para estas pacientes, observou-se que 75,8% dos medicamentos apresentavam classificação de risco C, com destaque para nifedipino (15,51%), furosemida (15,51%), metildopa (13,79%) e butilbrometo de escopolamina + dipirona (8,62%). Ao grupo C, seguiu-se o grupo B, com 24,2% das medicações prescritas pertencentes a este grupo. Medicamentos com expressão de mais de um risco como o captopril (B e C) e azidotimidina (C e D) apresentaram 3,5% da prevalência de uso. Não se observou nenhum medicamento prescrito na Categoria A. Frente ao exposto, torna-se claro que ainda é rotineira a utilização de medicamentos cuja classificação enquadra-os no grupo C, e cujas indicações devem ser criteriosamente avaliadas, com a necessidade de avaliação cautelosa quanto à relação risco/benefício ao feto e à mulher. Encoraja-se estudos mais detalhados sobre o tema, a fim de promover uma visão globalizada da situação de prescrição a gestantes internadas em hospitais.


Palavras-chave


Gestação, classificação, medicamentos.

Texto completo:

DOWNLOAD ARTIGO PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.