Cultivo convencional versus cultivo orgânico e sua influência sobre o teor de antocianinas e capacidade antioxidante de Zea mays.
Resumo
O milho (Zea mays) é um cereal que apresenta-se como um dos alimentos de maior cultivo consumo no mundo, sendo pertencente à família Poaceae. Além de ser utilizado na forma de grãos, é uma importante matéria-prima para a produção de outros alimentos, além de ser fonte de nutrientes. A cultura do milho promove importante crescimento econômico para os centros produtores. Por apresentar diferentes fatores influentes sobre seu rendimento produtivo, tais como insetos e plantas daninhas, não é incomum haver utilização de defensivos agrícolas na lavoura. Em contrapartida, o crescimento do apelo por alimentos cultivados sem uso de agentes químicos vem proporcionando aumento do cultivo orgânico do grão, porém, ainda são escassos os estudos que expressem as possíveis influências das formas de cultivo sobre a constituição química do milho. Objetivou-se, determinar o teor de antocianinas totais e a capacidade antioxidante de milho cultivado de forma convencional e orgânica, comparando os respectivos cultivos. Adquiriu-se o milho de cultivo convencional e o grão de cultivo orgânico em comércio de Bagé. Determinou-se o teor de antocianinas totais e a atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método denominado 2,2-difenil-1-picril-hidrazila(DPPH)e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico), também conhecido por método de ABTS. Quanto ao tratamento estatístico, sendo atendidos os pressupostos, os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, os efeitos dos tratamentos nas duas amostras foram comparados pelo teste T (p≤0,05). Observou-se que para todas as análises houve diferença significativa a 5% de significância pelo teste de Tukey. O milho cultivado no sistema orgânico apresentou teor de antocianina de 1,82 mg de cianidina-3-glicosídeo por g de amostra, valor superior aos 0,23 mg de cianidina-3-glicosídeo por g de amostra encontrados no grão de cultivo convencional. Quanto a capacidade antioxidante avaliada por DPPH, o cultivo orgânico mostrou-se superior ao cultivo convencional, com valores respectivos para ambos de 6,84 μM Trolox.g-1 amostra e 4,88 μM Trolox.g-1 amostra. Todavia, o potencial antioxidante avaliado pela metodologia ABTS expressou 43,46 μM Trolox.g-1 amostra para o grão cultivado de forma convencional, valor significativamente superior aos 37,98 μM Trolox.g-1 amostra identificados no milho cultivado de forma orgânica. Os valores expressos indicam significativa influência da forma de cultivo sobre a capacidade antioxidante e teor de antocianinas dos grãos estudados. Tais alterações podem ser decorrentes da estimulação do metabolismo secundário vegetal frente a não utilização de agentes químicos durante o cultivo. Outros fatores que também devem ser considerados como as condições edafoclimáticas às quais as plantas foram expostas. Considera-se, entretanto, a realização de estudos mais aprofundados sobre o tema, considerando os inúmeros fatores que podem contribuir para a alteração da composição química vegetal.
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