A SOCIALIZAÇÃO COMO AGENTE DA AUTONOMIA DOS USUÁRIOS DO SERVIÇO DA SAÚDE MENTAL - UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

Resumo

Este trabalho refere-se à prática de estágio em psicologia em saúde pública, no CAPS I de Santana do Livramento-RS, através do contato com seus pacientes e funcionários no intuito de ampliarmos nossa percepção da prática do psicólogo na rede de saúde mental. O CAPS I é uma entidade municipal onde os usuários possuem diversos tipos de transtornos mentais, e tem por meta lidar com as potencialidades de cada um deles através do desenvolvimento da autonomia e contato social destes pacientes. O trabalho teve a duração de quatro meses, tendo como público alvo os usuários do serviço de saúde mental. A preparação se deu através de reuniões semanais para estudo e elaboração das atividades e supervisão semanal com a professora orientadora. Foram executadas oficinas, seminários, grupos operativos, passeios, atividades lúdicas de recreação e visitas guiadas, tendo por objetivo analisar a interação social dos usuários do CAPS I em direção a sua autonomia através da promoção de espaços de discussão sobre temas que auxiliem no desenvolvimento psicossocial, bem como o estímulo à participação nas oficinas como forma de expressão em busca do autoconhecimento. A partir da prática foi possível desmistificar ideias e conceitos errôneos acerca do serviço, percebendo que o diagnóstico clínico desses usuários é importante, porém jamais deve se tornar um conceito estanque acerca daquele indivíduo. Durante o período de estágio eles se mostraram indivíduos complexos com diversas aptidões e uma extrema capacidade de empatia para com os outros, além do respeito às diferenças e da capacidade de cuidado e carinho para com a equipe que cuida deles. A adesão dos mesmos as oficinas e atividades propostas nos mostra a importância de se manter as atividades lúdicas e culturais dentro da instituição e nos evidencia o quanto o psicólogo pode fazer por este público. No que se refere à equipe ficou evidente o quão benéfico pode ser a presença do profissional da psicologia na coordenação do serviço, facilitando assim a compreensão dinâmica dos usuários e suas necessidades específicas, bem como o entendimento das mais diversas técnicas que podem ser utilizadas para melhorar a qualidade de vida desses sujeitos.