PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS ASSISTIDAS QUANTO AO CUIDADO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO PRÉ-PARTO E PARTO EM UM HOSPITAL DE BAGÉ-RS
Resumo
Gravidez e parto são eventos marcantes na vida das mulheres e de suas famílias. Representam mais do que simples eventos biológicos, já que são integrantes da importante transição do status de “mulher” para o de “mãe”. O parto é um evento que já passou por diversas transformações no decorrer das décadas, sendo institucionalizado após as descobertas tecnológicas, e transferido do ambiente familiar para o âmbito hospitalar, onde a mulher passa a ser uma paciente e deixa de ser a protagonista da sua própria história. O parto é considerado momento único e de suma importância na vida de qualquer mulher/mãe. Objetivou-se identificar qual a percepção das puérperas assistidas no pré-parto quanto ao cuidado dispensado pela equipe de enfermagem em um hospital de Bagé-RS. Esta pesquisa justifica-se pelo fato de ser a atenção em enfermagem um assunto de extrema relevância na promoção da saúde, sendo um tema que pode ser analisado e estudado durante toda a existência da espécie humana, principalmente no período pré-parto. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e caráter descritivo, em que participaram 10 puérperas com idade entre 19 e 33 anos atendidas na maternidade da Santa Casa de Caridade de Bagé/RS entre os meses de julho e setembro de 2015. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas, respeitando os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, conforme a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo às puérperas destinado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o qual foi devidamente assinado pelas mesmas. Após a análise dos dados, foi possível formular as seguintes categorias: “O desconhecimento da Lei do Acompanhante”, “Acolhimento na percepção das puérperas” e “Violência obstétrica”. Observou-se que é comum a mulher estar sozinha no momento do parto, sendo impedidas de terem um acompanhante, o que fere a Lei Federal nº 11.108/2005, a RDC 36/2008 da ANVISA, as RNs 211 e 262 da ANS e o Estatuto da Criança e do Adolescente (no caso de adolescentes grávidas, sendo que estas não participaram deste estudo). Observa-se que, até o momento, no Bloco Obstétrico (BO), não existe uma rotina hospitalar que possibilite a presença do acompanhante na assistência ao trabalho de parto e nascimento. O acolhimento da mulher e acompanhante tem função fundamental na construção de um vínculo de confiança com os profissionais e serviços de saúde, favorecendo seu protagonismo especialmente no momento do parto. Os profissionais de saúde devem estar preparados para acolher e respeitar a parturiente e o seu acompanhante em qualquer momento da gestação. Por isso, reflexões sobre o cuidado da equipe de enfermagem no pré-parto e parto na percepção das puérperas assistidas, são importantes na geração de conhecimento, incentivando o treinamento da equipe de saúde no tratamento interpessoal, e consequentemente garantindo a humanização da assistência ao parto.
Palavras-chave: Gestantes, parto, acolhimento.
Palavras-chave
Texto completo:
DOWNLOAD ARTIGO PDFApontamentos
- Não há apontamentos.