Avaliação do teor de antocianinas e capacidade antioxidante de linhaça dourada produzida por cultivo convencional e orgânico

DENISE URRUTIA GOULART AMORIM, Nathan Mendes Vieira, Gabriela da Silva Schirmann, Mônica Lourdes Palomino de los Santos, Reni Rockenbach, Guilherme Cassão Marques Bragança

Resumo


A linhaça (Linum usitatissimum L.) é a semente da planta do linho, apresentando forma ovalada, pontiaguda e chata com sabor semelhante ao da castanha. É uma oleaginosa, apresentando componentes importantes como ácido α-linolênico e lignana, os quais vêm sendo relacionados com resultados favoráveis no controle ao câncer de mama, próstata e cólon, diabetes, lúpus, perda óssea, doenças hepáticas, renais e cardiovasculares. O cultivo da linhaça se dá em condições climáticas de frio e umidade, podendo ser feito de forma convencional ou orgânica. Objetivou-se determinar o teor de antocianinas totais e a capacidade antioxidante da linhaça dourada cultivada de forma convencional e orgânica, comparando os cultivos. Adquiriu-se os grãos em comércio de Bagé. Determinou-se o teor de antocianinas totais e a atividade antioxidante foi avaliada por meio de dois métodos, escolhidos por apresentarem diferentes capacidades de captura de cátions e ânions. Utilizou-se o método denominado 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH) e o método de 2,2´azino-bis-(3-etilbenzotiazolin 6-ácido sulfônico) (ABTS). Quanto ao tratamento estatístico, sendo atendidos os pressupostos, os dados foram submetidos à análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância estatística ao nível de 5%, os efeitos dos tratamentos nas duas amostras foram comparados pelo teste T (p≤0,05). Quanto ao teor de antocianinas, a linhaça dourada de cultivo convencional e a linhaça dourada de cultivo orgânico apresentaram respectivamente 7,48 e 6,17 mg de cianidina-3-glicosídio.100g-1 de matéria seca. A capacidade antioxidante avaliada pelo método ABTS em linhaça dourada de cultivo convencional e a linhaça dourada de cultivo orgânico apresentou valores respectivos de 75,56 e 34,92 μM Trolox.g-1 amostra, enquanto os resultados obtidos por DPPH foram 2,46 e 0,61 μM Trolox.g-1 amostra para os grãos orgânicos e convencionais, respectivamente. Todos os resultados diferiram significativamente pelo Teste T para os dois tipos de cultivo. Estes resultados podem ser reflexo das condições de solo, clima, umidade e radiação solar incidente sobre as plantas, ou de processos bioquímicos vegetais que são modificados de acordo com os agentes químicos utilizados para o cultivo dos grãos. Por serem o teor de antocianinas e o potencial antioxidante respostas advindas do metabolismo secundário vegetal, estes são diretamente influenciados por estímulos químicos e físicos incidentes sobre o grão. Com base nos resultados observa-se que os grãos produzidos no cultivo convencional apresentaram maior teor antociânico e capacidade de captura de íons aniônicos em comparação ao cultivo orgânico, sendo este o detentor de maior capacidade de captura de íons catiônicos. Embora os resultados sejam esclarecedores, ainda se faz necessário o aprofundamento das pesquisas sobre o tema.


Palavras-chave


Linhaça dourada, antocianinas, antioxidantes

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