Controle cirúrgico de papilomatose bovina em rebanho de corte semi-confinado - RELATO DE CASO

Resumo

A papilomatose conhecida também como figueira é causada pelo papovavírus que penetra nas células basais da epiderme fazendo com que haja uma replicação desordenada das mesmas e degeneração hidrópica, gerando danos aos animais e grandes prejuízos econômicos. Esta doença infectocontagiosa é caracterizada por lesões tumorais benignas que acometem principalmente pele e mucosas, e em alguns casos atinge os órgãos. Os animais jovens são mais propensos e os locais mais acometidos são barbela, pescoço, orelha, cabeça, chanfro, ao redor dos olhos e lábios, com grande ocorrência de lesões secundárias, como miíases, hemorragias e desvalorização do couro. Os papilomas comumente encontrados são pedunculados em forma de couve flor e planos com forma achatada de difícil remoção. A transmissão se dá por forma direta, pelo contato de animais infectados com os sadios, e de forma indireta através de arames, tatuadores, bebedouros, cochos, ectoparasitas, entre outros. Foi objetivo deste trabalho, relatar um caso ocorrido em uma fazenda localizada no sul de Minas Gerais, na cidade de Silvianópolis, destinada a criação de bovinos das raças Simental, Angus e Brahman, constataram-se grande prevalência de Papilomatoses nos rebanhos Simental e Angus. Para controle das verrugas da epiderme, utiliza-se o método cirúrgico, o qual estimula o sistema imune e controla a disseminação do vírus. Os animais acometidos foram contidos para o inicio dos procedimentos e receberam o tranquilizante acepromazina 1% na dose de 1ml/100kg visando o bem estar dos animais, facilitando o procedimento. Com o auxilio de pinças kocher reta ou curva e pinças hemostáticas, adaptando-se metade de uma lâmina de barbear com suas extremidades presas à pinça, de forma que ficasse em molde curvo, fez-se a retirada dos papilomas, por incisão, descartando-os e em seguida aplicando-se solução de sulfato de cobre para cauterização química das feridas abertas e uma solução de monometilol dimetil hidantoína para as feridas secas. Essa técnica é realizada até que não haja mais manifestação das lesões. Os animais submetidos ao tratamento obtiveram resposta satisfatória, com diminuição na ocorrência das lesões tumorais e lesões secundárias. Conclui-se que o tratamento cirúrgico com cauterização por sulfato de cobre e monometilol dimetil hidantoína é uma boa ferramenta para controle da papilomatose em rebanhos bovinos.