TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL NASAL CANINO – RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: Tumor venéreo transmissível (TVT) é uma enfermidade que acomete os cães e apresenta relação com o aparelho genital, sendo principalmente relatado em animais do sexo feminino que permanecem abandonados nas ruas, podendo ser encontrado na forma extragenital no aparelho respiratório e tecido subcutâneo em ambos os sexos. A transmissão dessa enfermidade é pelo contato da mucosa durante o coito e comportamentos que o antecedem, tais como, cheirar e lamber a genitália podendo levar à implantação de células do TVT na mucosa oral e nasal. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar o tratamento através de quimioterapia, de um cão apresentando TVR nasal. Material e métodos: Foi avaliado umcanino macho, SRD, com 5 anos de idade bom estado nutricional, apresentando aumento de volume expressivo na face, com diversas lesões supurativas ulceradas no focinho e abaixo dos olhos. Foi realizada inspeção da cavidade oral, onde foi percebido que existia comunicaçãodesta com o palato, seios paranasais e cavidade nasal. O cão foi diagnosticado através de citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) e, posteriormente, confirmado por histopatologia como Tumor Venéreo Transmissível. O protocolo quimioterápico instituído, durante 10 semanas, foi constituído por sulfato de vincristina na dose de 0,025 mg/kg, IV, uma vez por semana, associada a dexametasona, na dose de 0,5 mg/kg, IV, uma vez a cada duas semanas e antibioticoterapia sistêmica à base de enrofloxacina, 5 mg/kg, SC, SID, em aplicações de 10 dias consecutivos, com descanso de 10 dias, em 3 aplicações. O estado clínico do cão foi acompanhado através de hemograma a cada duas semanas, não sendo necessária a suspensão do tratamento quimioterápico em nenhuma das sessões. Resultados: Após as 10 sessões de quimioterapia, foi percebida redução significativa de tamanho na face, o que cursou com evidente conforto respiratório. As lesões ulceradas estavam cicatrizadas e com ausência de conteúdo supurativo, caracterizando ausência de infecção no local. Restaram lesões cavitárias do palato que, devido à extensão, não foram totalmente cicatrizadas, sendo mantido tratamento domiciliar. O tratamento em domicílio teve o objetivo de manter as lesões limpas para facilitar a cicatrização. Devido a esta evolução, de algumas lesões secundárias, o animal recebeu alta considerado curado do TVT. Conclusão: O protocolo quimioterápico de associação de sulfato de vincristina, associado à dexametasona, mostrou-se eficaz para tratamento de TVT nasal em um cão.
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