RESPOSTA CLÍNICA DE UM EQUINO COM TÉTANO – RELATO DE CASO
Resumo
Introdução: O tétano é uma doença infecciosa, podendo ser altamente letal, causada pela ação de toxinas produzidas pela bactéria anaeróbia Clostridium tetani, que se encontra no ambiente sob a forma esporulada ou vive de forma vegetativa. A toxina é lançada no sangue quando há uma situação de estresse e acaba causando danos neurológicos, com sintomas característicos, como hiperestesia e rigidez muscular (tetania). A contaminação ocorre a partir de um ferimento, usado pelo microrganismo como porta de entrada, podendo este produzir três toxinas, a tetanolisina, tetanospasmina e a toxina não espasmogênia. O objetivo do tratamento é limitar a ação e proliferação da toxina, além de restringir os sinais clínicos. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar a resposta clínica de um equino diagnosticado clinicamente com tétano. Material e Métodos: É descrito o caso de uma égua de pelagem gateada, mestiça Crioula, de 18 meses apresentando sinais de claudicação localizada principalmente nos membros posteriores. A claudicação era caracterizada por rigidez muscular. Ao exame clínico, foi percebido que o animal possuía um ferimento no boleto do membro posterior direito, ocorrido há 10 dias, o que sugeriu o diagnóstico de tétano. No segundo dia, em nova avaliação, o animal apresentou cauda em bandeira, trismo de masseter e prolapso de 3ª pálpebra, caracterizando o diagnóstico clínico de tétano. Como tratamento, foi utilizado soro antitetânico em duas aplicações com intervalo de dois dias, na dose de 300.000 UI, pela via endovenosa e associação de penicilinas e estreptomicina na dose 16.000 UI/kg, IM, SID, em cinco aplicações sucessivas. No segundo dia de tratamento foi aplicado metocarbamol como miorrelaxante, na dose de 10 mg/kg, IM, em dose única. O animal foi alojado em uma baia, com pouca iluminação, água à vontade e alimentação controlada, sendo solta para um potreiro durante duas horas por dia. Resultados: O diagnóstico de tétano neste caso foi apenas presuntivo, devido a incapacidade de remessa de material para diagnostico de certeza, com isolamento da toxina específica. Foi demonstrada melhora clínica no segundo dia de tratamento, caracterizado por andar mais suave. A contração do masseter persistiu por mais três dias, demonstrada por dificuldade em apreender o alimento, havendo plena recuperação no quarto dia. Com cinco dias de tratamento notou-se melhora no quadro clínico e remissão do trismo de masseter, o que facilitou a alimentação do animal. A andadura ainda estava levemente rígida. Após trinta dias foi constatada a melhora clínica, porque não era possível notar nenhuma sintomatologia. Conclusão: Conclui-se que a resposta clínica ao tratamento padrão pode ser satisfatória quando instituída precocemente, para isso é importante estabelecer precocemente o diagnóstico.
Palavras-chave
Equino; tétano; tratamento
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