PRODUÇÃO LEITEIRA DE VACAS HOLANDESAS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE LACTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM SALVADOR DO SUL - RS

Arthur Fernandes Bettencourt, Andressa Käfer, Natalie Pontes Scherer, Luciane Rumpel Segabinazzi, Lucas Sales Vieira, Guilherme de Oliveira Oliveira

Resumo


O estado do Rio Grande do Sul representa grande importância para a produção de leite nacional, tendo ocupado, nos últimos anos, o segundo lugar com maior produção leiteira do país, ficando atrás somente do estado de Minas Gerais. As pequenas propriedades familiares, juntas, são responsáveis pela maior fatia da produção leiteira estadual, sobretudo na região da Serra Gaúcha, onde se encontra grande parte dos produtores de leite do estado. No entanto, em muitos casos, a produtividade de bovinos leiteiros em pequenas propriedades é baixa, principalmente pela dificuldade de acesso as novas tecnologias, manejo nutricional inadequado para as diferentes fases produtivas dos animais, falta de assistência técnica especializada e informações que propiciem o melhoramento genético dos rebanhos. Neste contexto, o entendimento acerca das curvas de lactação dentro do rebanho é uma importante ferramenta para o aprimoramento genético de forma prática e consistente. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi identificar a produção leiteira média de vacas Holandesas em diferentes estágios de lactação em uma propriedade particular, especializada em produção de leite, no município de Salvador do Sul – RS. Para tal, foi analisada a produtividade leiteira média de vacas da raça Holandesa com diferentes dias em lactação (DEL) no período de junho de 2016 a agosto de 2017. Os dados analisados foram cedidos pelo proprietário da propriedade, localizada no município de Salvador do Sul – RS. Para melhor verificação da produtividade média dos animais em diferentes DEL os animais foram divididos em quatro grupos, sendo eles: animais com até 60 DEL; animais com 61 a 100 DEL; animais com 101 a 200 DEL; animais com 201 ou mais DEL. A produção média de leite dos animais com até 60 DEL foi de 33,9 litros de leite/dia, apresentando decréscimo de 2,6 litros quando no período de 61 a 100 DEL, cuja produção foi de 31,3 litros/dia. Ao atingirem o estágio de 101 a 200 DEL os animais apresentaram um acréscimo de 1,1 litros de leite/dia, apresentando uma média diária de 32,4 litros/dia, este aumento na produção de leite durante esta fase da lactação pode ser decorrente de melhorias em fatores extrínsecos ao animal, como a nutrição e a temperatura a qual os animais estavam submetidos, propiciando uma maior produção de leite. Os animais com 201 ou mais DEL apresentaram produção média diária de 24,6 litros de leite/dia, o que representa um decréscimo de 7,8 litros, quando comparado a fase anterior. Este decréscimo durante este estágio da lactação pode ser considerado normal, uma vez que os animais passaram do pico de lactação e tendem a diminuir a produção de leite. Além disso, o maior volume de leite produzido até os 60 DEL pode elucidar que provavelmente os animais apresentaram o pico de lactação durante este período e decaíram a produção, provavelmente por alguma falha no manejo, já que entre os 101 e 200 DEL esta produção voltou a aumentar. Conclui-se que o entendimento da curva de lactação pode auxiliar o produtor na identificação de quedas bruscas de produção em resposta a dietas e manejo dentro da propriedade, além de ser uma importante ferramenta para a seleção do rebanho dentro da propriedade.   


Palavras-chave


produção familiar; curva de lactação; produção de leite.

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