MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DE MEMBROS EM RUMINANTES: RELATO DE CASO

AMANDA DA ROSA ROSADO, ANA PAULA POZZEBON PEREZ, AMANDA BELARDONY GOMES, FELIPE CORRÊA FAGUNDES, CAMILO STHÖHER NADAL, ADRIANA LUCKE STIGGER

Resumo


As malformações congênitas são anormalidades estruturais e funcionais de tecidos, órgãos ou sistemas presentes desde o desenvolvimento embrionário ou fetal e frequentemente são resultantes de fatores ambientais ou genéticos. A etiologia de doenças congênitas pode estar relacionada também a agentes infecciosos, como vírus, fatores hereditários, ingestão de plantas tóxicas ou agentes químicos, a ocorrência de doenças reprodutivas, traumatismos, utilização de fármacos e a ingestão de plantas tóxicas. Muitos destes fatores estão relacionados às práticas de manejo sanitário, reprodutivo e nutricional aplicadas pelos produtores. Os defeitos congênitos podem ser considerados a causa de morte de até 15% dos nascidos nas primeiras 48 horas de vida. O objetivo do presente trabalho é relatar a ocorrência de malformações congênitas de membros em ruminantes, entre os anos de 2001 a 2016, examinados no Setor de Patologia Veterinária da Universidade da Região da Campanha- Campus Alegrete/RS (URCAMP- Campus Alegrete). Dentre as malformações de membros observadas foram encaminhados 7 casos. Em 28,51% dos casos observou-se amelia, sendo um caso de monobraquia de membro anterior direito onde este foi encaminhado com aproximadamente três meses ao setor de patologia e outro de amelia total dos membros em bovino da raça Braford. Em 14,28% dos casos foi possível se observar a atrofia de membros anteriores em um bovino da raça Angus encaminhado ao setor com dois meses de idade. Um caso de polimelia representando 14,28% dos casos em ovino sem raça definida, natimorto. Em 42,85% dos casos observou-se artrogripose sendo dois casos em bovinos da raça Angus e um em ovino. A artrogripose caracteriza-se pela contração permanente dos membros em flexão ou extensão descrita, também como rigidez articular congênita. A doença pode ser hereditária, transmitida por genes recessivos autossômicos, em outras regiões do Brasil como no nordeste esta correlacionada a ingestão Mimosa tenuiflora, no entanto, não existem ocorrências da planta no Rio Grande do Sul, sugerindo-se as ocorrências a fatores genéticos. Em relação a polimelia não há o conhecimento exato das causas desta malformação, mas o aparecimento de extremidades suplementares pode ser correlacionado devido à propagação errônea de células germinativas no embrião. Com o presente estudo pôde-se constatar a presença no Rio Grande do Sul de diversas alterações congênitas, já descritas em ruminantes, em outras regiões do Brasil onde há relatos de malformações devido a plantas toxicas, porém não foi possível identificar a presença destas na região observada durante este trabalho. Maiores pesquisas são necessárias para determinar a etiologia das alterações descritas neste trabalho realizado na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, para maior conhecimento, pois a etiologia de certas anomalias congênitas ainda permanecem pouco esclarecidas e pouco estudadas, os casos descritos, podem possuir diversas causas. Diferentemente de outras regiões do Brasil. Os 7 casos de malformações congênitas observados em bovinos foram considerados defeitos esporádicos não sendo possível a identificação de suas causas.


Palavras-chave


ruminantes; malformação; membros

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