HABILIDADES SOCIAIS E DEPENDÊNCIA QUIMICA

ENIO DIOQUENE LUIZ FILHO, MONICA LOPEZ MOTA, FABIANE DOS SANTOS CAILLAVA

Resumo


Introdução: A Dependência Química constitui na atualidade um dos temas de suma importância a ser tratado pelas políticas públicas e as habilidades sociais do sujeito são determinantes para o curso de sua vida e o possível envolvimento com drogas. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi examinar habilidades sociais de dependentes químicos em tratamento no CAPS-AD, da cidade de Bagé-RS. Metodologia: Foi aplicado o inventário de habilidades sociais (IHS-Del-Prette) em dependentes químicos usuários do CAPS-AD. Foram incluídos sujeitos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 51 anos, usuários de qualquer tipo de drogas. Foram excluídos do estudo aqueles sujeitos que se recusaram a assinar o TCLE ou que demonstraram dificuldades na compreensão do instrumento. Os dados foram analisados através do programa SPSS, utilizando-se estatística descritiva para os dados demográficos e as variáveis foram correlacionadas entre si para verificar se existe associação entre habilidades sociais e variáveis clínicas ou demográficas. Resultados: Foram avaliados 20 sujeitos. A média de idade foi 31,05 anos (dp=9,28), 85% da amostra era do sexo masculino. Quanto a escolaridade, 60% tinham ensino fundamental, 35% ensino médio e 5% superior. 45% dos sujeitos eram usuários de uma única droga (maconha, cocaína ou crack) e 55% eram poliusuários.  A média do percentil encontrado no total da escala foi 36,90 (dp=26,45), a média do percentil encontrado no enfrentamento e auto-afirmação com risco foi 35,15 (31,41), no auto-afirmação na expressão de sentimento foi 44,45 (dp=27,78), no conversação e desenvoltura social foi 50,50 (dp=33,07), no auto-exposição a desconhecidos e situações novas foi 46,85 (dp=29,71) e no autocontrole da agressividade foi 46,85 (dp=29,48). Só foi encontrada correlação estatisticamente significativa entre desenvoltura social e escolaridade (r=0,45; p=0,04), indicando que quanto maior a escolaridade, melhor o desempenho do indivíduo nesta habilidade. Conclusão: Portanto partir dos dados levantados na aplicação do IHS pode-se perceber que as habilidades sócias denotam um campo de estudo amplo, que exige dos profissionais da saúde pública uma postura para possíveis intervenções no âmbito preventivo no viés de elaboração de habilidades sócias mais adaptativas a cada contexto social e comunidades com um mapeamento de vulnerabilidade social, quanto a práticas de manutenções visando uma preparação de usuários para lidar e construir habilidades mais apropriadas para o enfrentamento das situações de risco em período de abstinência.


Palavras-chave


: Habilidades Sociais; Dependência Química, saúde pública

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