CARACTERIZAÇÃO DAS EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS DE DUAS EMPRESAS DE COSMETICOS

Resumo

Um dos maiores problemas ambientais atuais no Brasil é o alto índice de resíduos sólidos gerados no descarte de produtos e embalagens. Além do impacto causado no descarte, à produção de embalagens consome uma grande parte de recursos naturais. As embalagens possuem funções principais como embalar e proteger o produto e é um dos instrumentos de estratégias de marketing das empresas. Diante dessas problemáticas o setor de produção busca desenvolver embalagens utilizando recursos de forma responsável, tecnologia limpa, que possam ser recicladas e/ou reutilizadas, com ciclo de vida fechado e que atendam as funções primárias. No setor de cosméticos, empresas sustentáveis investem na pesquisa e desenvolvimento de embalagens sustentáveis que transmitam ao consumidor e aos stakeholders seus valores e inovações. O objetivo desse trabalho é caracterizar as embalagens sustentáveis de produtos comercializados por duas empresas do setor de cosméticos brasileiras. Primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre sustentabilidade e embalagens sustentáveis. Posteriormente, selecionaram-se duas empresas do segmento de cosméticos sustentáveis. Buscaram-se informações sobre produtos com embalagens sustentáveis nos sites das empresas e em relatórios de sustentabilidade publicados no ano de 2016. Os resultados obtidos mostraram que a empresa “A” utilizou um design diferenciado nas embalagens de uma linha lançada em 2013, que buscou reduzir o desperdício do produto e a redução do uso total de embalagens. As principais características dessas embalagens são: design que utiliza 70% menos plástico e emite 60% menos gases de efeito estufa que a média das embalagens convencionais do mercado; redução do espaço necessário para transportar as embalagens vazias da nova linha e, conseqüentemente menor, utilização de veículos e emissão de gases poluentes. Além dessas características, a embalagem é flexível, fácil de carregar e evita desperdícios. A empresa “B” mudou as embalagens utilizadas em uma linha de cosméticos, passando a utilizar plástico vegetal produzido a partir da cana-de-açúcar, reduzindo assim, a emissão de aproximadamente 3 mil toneladas de CO₂ por ano. Além disso, atualizou 70% do portfólio, mudou o design das embalagens, reduzindo o volume de plástico utilizado. Através dos resultados obtidos conclui-se que as empresas estudadas buscam diferentes alternativas para produção de embalagens sustentáveis, ambas reduzindo as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e resíduos sólidos. Diante disso, ressalta-se a importância da pesquisa e desenvolvimento de embalagens sustentáveis no Brasil, visto que o setor ainda carece de informações e diretrizes para uma produção com menor impacto ao meio ambiente, mantendo a qualidade do produto para satisfazer as necessidades dos consumidores, e com preço competitivo.