FLAPE DE BOLSA ESCROTAL PARA RECONSTRUÇÃO DE GRANDE DEFEITO EM CÃO
Resumo
Cirurgias reconstrutivas são cada vez mais utilizadas na rotina cirúrgica veterinária e dentre essas, encontram-se os flapes e suas subdivisões (flapes pediculados, rotacionais, transposição, interpolação, padrão axial e os de avanço). O presente relato tem por objetivo, descrever a técnica de flape de avanço com bolsa escrotal, para reconstrução de um grande defeito em um canino que apresentava um mastocitoma de alto grau. Foi atendido um canino macho, SRD, de oito anos e 37kg de massa corpórea, apresentando neoplasma ulcerado em região perineal. Segundo relato do tutor, o paciente apresentava o neoplasma há quatro meses, ulcerando havia três semanas. Após exame clínico, coleta de sangue para realização de hemograma e testes bioquímicos (ALT, FA, Uréia e Creatinina), bem como ecografia abdominal e radiografia torácica, não foram visualizadas alterações dignas de nota. Realizada citologia aspirativa do neoplasma, tendo como diagnóstico mastocitoma de alto grau. Devido aos achados observados, o paciente foi encaminhado para exérese de neoplasma. Após exérese do neoplasma, observou-se grande defeito, não sendo possível a síntese direta. Devido a isso optou-se pela realização da orquiectomia e utilização da bolsa escrotal por meio de avanço da mesma e síntese do defeito. Após término do procedimento e plena recuperação anestésica o paciente recebeu alta, retornando dez dias após a cirurgia para avaliação e retirada dos pontos, observando-se cicatrização completa da ferida. O neoplasma removido foi encaminhado para exame histopatológico e após o diagnóstico definitivo de mastocitoma Grau 3, prescreveu-se protocolo quimioterápico a base de prednisona e vimblastina. Todo protocolo prescrito foi realizado, não observando recidiva da doença, por um período de quatro meses após a cirurgia. Os mastocitomas são neoplasias malignas de origem dos mastócitos (células hematopoiéticas do tecido conjuntivo), que podem surgir em região cutânea, baço ou fígado. Na maioria dos casos os pacientes são assintomáticos, e a queixa dos tutores é apenas o aumento de volume da região afetada, porém, com a liberação de histamina pelas células tumorais presentes, os pacientes podem apresentar êmese, melena e anorexia pelas úlceras gastrointestinais. Outros meios de reconstruir esses grandes defeitos são através de enxertos cutâneos, realizando um transplante do próprio animal para o defeito. Conclui-se que a utilização de flape de bolsa escrotal para reconstrução de grande defeito perianal de cão foi efetiva e associada a nenhuma complicação pós-operatória.
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